Descubra a chave do sucesso após uma fusão
Nos últimos 10 anos, estive à frente da Clima Comunicação fortalecendo a comunicação corporativa e a cultura organizacional de diversos clientes. Além disso, nesse período, construímos nossa própria identidade cultural como empresa. Recentemente, finalizamos a fusão com a GhFly Network, uma holding brasileira que combina marketing, tecnologia e consultoria para promover o crescimento de seus clientes.
Algumas das primeiras dúvidas de meu time foram: como vai ficar a nossa cultura? Manteremos do jeito que está ou iremos absorver os comportamentos da holding? Não há uma resposta definitiva para isso, afinal, a cultura é algo que se constrói no dia a dia. Por isso, impor algo totalmente novo pode afetar a rotina, as demandas e o sucesso da fusão.
Isso não significa que a cultura das empresas que se unem não é afetada. O alinhamento organizacional entre ambas é fundamental para que uma fusão traga bons resultados. Além disso, é preciso entender o que os líderes almejam com a fusão: a criação de uma nova empresa ou a manutenção independente das operações de cada uma?
No primeiro caso, é preciso definir os novos valores, missão e visão, aproveitando o que há de melhor em cada cultura. No segundo caso, as empresas podem manter suas propostas iniciais, mas certamente a convivência pode trazer novos insights para que o aprimoramento da cultura organizacional traga mais benefícios.
Essa também é a visão do meu novo sócio, Gustavo Hana, CEO da GhFly. “Uma das coisas que a gente analisou quando estava fazendo o processo de negociação e diligência, para saber o que pode dar certo e o que pode dar errado, foi a cultura. O principal aspecto foi o alinhamento com a visão e o com o propósito. O propósito da GhFly Network é fazer empresas e pessoas crescerem, que é exatamente o mesmo da Clima Comunicação. Pegar um pouco do que é bom em um e do que é bom em outro é fundamental e importante para o negócio acontecer”, comentou.
Foco nos colaboradores
Ao adotar uma nova cultura para a fusão, é preciso considerar alguns critérios. Primeiro, um diagnóstico de clima organizacional pode apontar quais são os pontos fortes de cada empresa. Depois, é preciso definir quais serão as prioridades de mudança. Por fim, é necessário dar suporte e acompanhar a implementação das novas práticas.
Esse é um processo que pode começar antes mesmo da fusão ser efetivada, para adiantar as etapas. Afinal, quanto mais cedo as empresas investirem na integração cultural, menos desafiador será esse movimento. Vale lembrar que a cultura organizacional é algo construído por todos os colaboradores. Assim, mudanças só serão efetivas se tiverem um alto engajamento.
Para que isso aconteça, é preciso que os colaboradores compreendam os motivos que levaram à fusão e quais os objetivos traçados pelas companhias. A transparência na comunicação é fundamental nesse processo. Afinal, são essas pessoas que vão viver a cultura em seu dia a dia, por isso elas precisam estar alinhadas com as novidades.
Um estudo publicado no International Journal of Innovation and Applied Studies mostra que o principal fator que faz uma fusão não dar certo é o humano. Não compreender a cultura organizacional prévia, não estabelecer metas e ter uma comunicação falha são estopins para o fracasso da fusão.
Engajamento: a chave do sucesso
Os motivos que levam a uma fusão são os mais variados, tais como maior presença no mercado, acesso a novas tecnologias e aumento de valor da marca. Porém, sem o envolvimento dos colaboradores, esse processo pode ser bastante complicado para os executivos que firmaram o acordo entre as empresas.
Isso mostra que o mundo dos negócios não é feito apenas de números, metas e indicadores: ele é feito de pessoas. Assim, criar um ambiente favorável para a manutenção das atividades com a inclusão de novas práticas culturais é extremamente importante para o sucesso do novo negócio. “A cultura é uma coisa que pode ter uma pequena divergência de empresa para empresa. Hoje, somos três empresas na holding, GhFly, Adyante e Clima, e cada uma delas tem uma característica própria, um modus operandi próprio, uma microcultura mais particular. É isso que faz a essência de cada uma e precisa ser mantido”, disse Hana, cuja visão eu compartilho.
Além disso, é preciso ter urgência nas tomadas de decisões. Após uma fusão ou aquisição, o ritmo pode se tornar mais acelerado, sendo necessário agilidade para resolver eventuais descompassos culturais que afetem o negócio. Por isso, por mais que você esteja empolgado com as novidades, nunca se esqueça de priorizar seus colaboradores e engajá-los na nova jornada de sua empresa.
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