COP30: a ancestralidade pode definir o futuro

Todos os holofotes estão voltados à COP30. Para mim, que tenho a sorte de carregar a ancestralidade da Amazônia, a visão universal se mistura com um olhar afetivo e local. Um caleidoscópio de sensações tem me dominado com questões do passado, presente e o que está por ser e vir a partir dela. Nesse eixo, gosto de pensar com minha cosmovisão mais raiz: sou testemunha de que chegamos até aqui não por acaso, mas pela sabedoria dos que vieram antes e nos transmitiram a chama da criação, da invenção e, sempre, da inspiração. Esse legado, tantas vezes silenciado, sempre foi e continuará a ser a melhor alavanca para o futuro. Hoje, enquanto povos originários são apagados, um abismo se abre entre a tecnologia do chip e a sabedoria humana, trocando a profundidade da alma pela fascinação – e vício – pela “velocidade tecno”. Pior, o desprezo pela confluência desses saberes todos. Sim, eles podem conviver em muitas combinações.
Se nos tornarmos meros passageiros da nossa própria história e ancestralidade, perdemos a “tecnologia” essencial: a capacidade de decifrar códigos culturais e aplicá-los em soluções inovadoras. Chips e algoritmos entregam velocidade, mas é o “software” da nossa humanidade que confere propósito, ética e criatividade genuínas para os desafios da vida.
Refletindo, e mais ainda, agindo diante desse dilema, a Scania, em parceria Itaipu Norte, SENAI-SP, Ultragaz e LOTS Group, realizou uma viagem de mais de 3.000 km para chegar à capital paraense na COP30, usando um caminhão movido a biometano É a Rota para Belém. Eles cruzaram o Brasil profundo, conheceram muitas pessoas e histórias incríveis, e viram de perto projetos sustentáveis que provam: sim, quando a gente se une, as melhores soluções sempre aparecem.
Na real, a verdadeira jornada desse projeto não é “para” Belém. Transcende a cidade e quilômetros percorridos até ela e até mesmo os acontecimentos dos dias do evento. Ele virou uma metáfora da potência da comunicação que não silencia. Da que valoriza a documentação, celebra a diversidade de “softwares” dos diversos brasis que nos trouxeram até aqui. E vai além, pois mantém de pé as possibilidades de como trabalhar para o planeta ainda existir daqui a poucos anos (para não falar do que já tá dentro da urgência climática agora mesmo).
Passamos da hora de peneirar futuros sobre o clima. Estamos nele. E faz tempo. Não tá bonito. Não tá bom. Mas a gente ainda tem aquela sabedoria que nos ensinou a viajar pela vida até aqui, construindo e revolucionando. Sim, não posso fechar esse artigo com pessimismo. Me julguem.
Confio que a super highway de saberes pode aflorar a partir dos caminhos que cruzam o país, a capital do Pará, o coração da Amazônia brasileira. O mundo. Precisamos começar a enviar as respostas para os recados cada dia mais ferozes que o planeta tem enviado. Salve Belém!
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