02 de dezembro de 2020

Cinco caminhos para uma boa imagem corporativa

Não existe fórmula mágica para a construção de uma boa imagem, mas existem caminhos que, se bem trilhados, nos levarão a agradáveis portos de chegada. Faço o convite para conhecermos cinco deles. E é sempre importante ressaltar que a imagem de uma empresa é o retrato de um momento, uma fotografia. A reputação são estas várias fotografias montadas em um filme sobre a organização.

1) Visibilidade

Fale das boas ações de sua empresa sempre

De nada adianta a empresa ter bons projetos socioambientais e um excelente programa de diversidade se eles estão escondidos e ninguém sabe a respeito. A imagem, que se define a partir da percepção do outro, precisa deste conhecimento público para existir. A busca pela visibilidade não pode, naturalmente, se chocar com a cultura da empresa ou estratégias de negócio. Se uma organização low profile preza por uma projeção pública mais discreta, não há problema algum nisso, mas precisa entender que terá uma dificuldade maior para construir uma imagem ou reputação.

2) Constância

Sustente sua boa exposição ao longo do tempo

A visibilidade não pode ser efêmera. Por ocasião de um evento ou fato relevante positivo, uma empresa pode ter grande exposição pública em um determinado momento e gerar um ativo valioso para sua imagem. Se esta visibilidade não for mantida ao longo do tempo, contudo, a boa imagem construída pontualmente vai-se dissolvendo até desaparecer. Sequer estaremos próximos de uma boa reputação. As projeções públicas ruins devem ser neutralizadas rapidamente para não se tornarem uma crise ou serem perpetuadas; as boas devem ser constantemente cultivadas.

3) Equilíbrio

Preste atenção aos três pilares da imagem

Como ensina o iVGR – indicador de mensuração de imagem –, a percepção pública sustenta-se por três pilares – Valor (dimensão ética e relacionada ao propósito do negócio), Gestão (capacidade de entrega de resultados) e Relacionamento (a conexão que é feita com os diversos públicos para que se cumpram as entregas dentro do propósito). O ideal para a construção de uma boa imagem é que os três pilares contribuam de forma positiva e equilibrada. Uma empresa pode apresentar um balanço financeiro ótimo (gestão/entrega), mas ter graves problemas éticos. Não adianta ser percebida como cooperativa e tolerante com seus públicos, e ter uma gestão frágil de seu negócio.

4) Transparência

Seja claro e verdadeiro para ter confiabilidade

Em uma eventual crise, que pode abalar a imagem e até mesmo a reputação de uma empresa, ser transparente é essencial. Transparência é um dos atributos-chave do pilar de Valor. Em uma crise, é dever da empresa esclarecer os fatos de seu conhecimento até o momento e suas ações para a mitigação do problema, assim como suas políticas internas. A informação clara, concreta e objetiva gera confiabilidade na opinião pública. A conduta transparente não deve ser exclusiva dos momentos sensíveis. Deve ser padrão de discurso para todas as ocasiões, ajudando, inclusive, a evitar crises.

5) Coerência

Conecte discursos e atitudes

Por fim, o caminho mais importante: uma empresa só tem reconhecimento ou é admirada por seus públicos se suas atitudes estão em sintonia com seus discursos. Se a organização diz que é defensora da equidade de gênero em cargos de liderança, não pode ter uma diretoria predominantemente masculina ou sequer ter metas para alcançar este objetivo. Se a organização se posiciona como defensora do meio ambiente, não pode permitir que seu negócio promova o desmatamento criminoso de florestas. A opinião pública, cada vez mais ativa e crítica, não aceita comportamentos incoerentes.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Emerson Couto

Emerson Couto é jornalista, escritor e consultor da Curado & Associados, empresa responsável pelo índice Valor, Gestão e Relacionamento (iVGR), ferramenta de mensuração de imagem e reputação que combina tecnologia e inteligência humana.

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