As empresas e os tsurus

Carnaval de 2001. Eu era repórter do Valor Econômico. Um grande amigo jornalista, muito querido por toda a equipe do jornal, sofreu um acidente e teve queimaduras muito sérias. Liderada por uma amiga repórter descendente de japoneses, que nos contou a crença japonesa dos 1.000 tsurus por um desejo e pacientemente nos ensinou a fazer os origamis, toda a redação se uniu e fizemos mil pássaros de papel em prol da recuperação desse amigo. Foi uma imensa mobilização unicamente por carinho e preocupação, me lembro como se fosse hoje. Felizmente, e quem sabe com a ajuda das boas energias de todos os amigos e dos tsurus, esse nosso amigo se recuperou prontamente.
Anos depois, quando eu trabalhava na Brasilprev, um diretor muito querido passou mal durante um mergulho e ficou em um estado de saúde gravíssimo. Por coincidência, naquele mês havíamos publicado em nosso jornal interno uma matéria sobre ele e a prática esportiva que ele tanto adorava. A comoção tomou conta da empresa de uma forma muito bonita e emocionante: em um horário marcado, centenas de pessoas dentro da empresa ficaram de pé, em seus andares, e deram as mãos para rezar por ele. Independentemente da religião de cada um, aquele momento era uma demonstração forte de união de energias e orações pela recuperação de um colega de trabalho. Infelizmente ele não se recuperou e veio a falecer dias depois, mas aquele momento ficou marcado pra mim e certamente para a maioria das pessoas que viveu aquele momento.
Essas duas histórias me vieram à mente nos últimos dias e resolvi contá-las porque elas trazem um lado humano que não estamos acostumados a ver dentro de ambientes corporativos acostumados à pressão, competição e relações mais formais. Acho que a pandemia trouxe um pouco dessa sensibilidade à tona e nos ajudou a ver que sempre foi ilusória a tal da separação entre trabalho e vida pessoal. Somos seres humanos completos, compostos por uma ampla combinação de valores e experiências.
Ao relembrar desses casos, pensei no quanto é importante trabalhar com pessoas que a gente gosta, que nos fazem bem e querem o nosso bem. Pessoas que, se for preciso, também farão mil tsurus por você.
ARTIGOS E COLUNAS
Thaís Naldoni De “Brainrot” a Business Intelligence, o que o YouTube pode ensinar à Comunicação InternaLeila Gasparindo Geração Z e diversidade: uma contribuição inédita para a evolução da comunicação organizacionalLuis Alcubierre Reputação na era da desconfiança: o que está mudando na Comunicação
Destaques
- Aberje publica Termômetro Especial com análise da comunicação na COP30
- Em entrevista para portal Carta da Indústria, Paulo Nassar destaca importância da memória corporativa
- Prêmio Aberje 2025 destaca iniciativas de comunicação corporativa e anuncia vencedores nacionais
Notícias do Mercado
- TIM tem nova estrutura na vice-presidência de Marca e Comunicação
- Sing Comunicação é a nova agência de RP para a ServiceNow no Brasil e México
- Novo posicionamento de marca da B3 traduz expansão do negócio e aproxima marca de diferentes públicos



































