Ainda Estamos Aqui – Romper Fronteiras através da Arte

As indicações do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” ao prêmio máximo do cinema mundial, logo após sua vitória no prestigiado Golden Globe, me fizeram refletir sobre a grandiosidade do nosso país no que diz respeito às produções culturais. E não me refiro apenas a filmes para as telonas, mas também a musicais, concertos, exposições de arte, teatro, dança, telenovelas, séries e muito mais. O Brasil sabe, e muito bem, produzir cultura.
No entanto, temos a tendência de subestimar nosso potencial e valorizar excessivamente o que vem de fora, sobretudo devido à forte influência norte-americana em muitos países latinos. É evidente que a infraestrutura e os investimentos de Hollywood, assim como de outros mercados globais de cinema, como os da Europa e Índia, superam os nossos em termos financeiros. Contudo, não ficamos atrás nos quesitos criatividade, dedicação e talento.
O que nos falta em recursos, compensamos com inovação, empenho e perseverança. Afinal, somos brasileiros, e desistir nunca foi uma opção. Nesse contexto, a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) tem sido um importante instrumento para o fomento da cultura nacional. Ela permite que empresas invistam parte dos recursos que seriam destinados a impostos em projetos culturais que geram empregos, renda e promovem diversidade, equidade e inclusão.
Um excelente exemplo dos frutos desse incentivo é o crescimento exponencial do mercado de musicais no Brasil nos últimos dez anos. Produções de altíssimo nível, muitas vezes comparáveis – e até superiores – às que estão em cartaz na Broadway, têm ganhado destaque. Obras como Wicked, A Fantástica Fábrica de Chocolate, Elis – A Musical, Elas Brilham, Evita Open Air, Legalmente Loira e Rita Lee são apenas algumas das inúmeras produções que comprovam o talento e a excelência do mercado cultural brasileiro.
Fomentar a cultura e torná-la mais acessível a todos é uma missão essencial. Um exemplo digno de reconhecimento é o trabalho feito pela gestão do Teatro Claro Mais, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que, desde o início de 2024, conta com uma equipe permanente responsável por fornecer audiodescrição e interpretação em Libras para pessoas com deficiência visual e auditiva em todas as suas apresentações. Esperamos que essa iniciativa sirva de modelo para muitas outras casas de espetáculos espalhadas pelo país.
“Ainda Estou Aqui” vem para romper com o complexo de vira-lata que ainda persiste em nosso subconsciente. Esta obra não apenas eleva o cinema, mas impulsiona toda a indústria cultural brasileira a um novo patamar – assim como fez “Central do Brasil” na virada do último século. Ao valorizarmos mais o que é produzido aqui, o “made in Brasil”, estamos celebrando nossas pessoas, nossas origens e o nosso DNA, moldado pela África, pela Europa e por tantas outras culturas que compõem este Brasil miscigenado, diverso e rico em sua essência.
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