Aberje na COP28: Em meio a diversas negociações e painéis na COP28, é divulgada projeção recorde de emissões por combustíveis fósseis em 2023
Começa a semana e representantes dos países, na COP28, vão se debruçando sobre a elaboração do documento final. Enquanto isso, estão sendo conduzidas diversas negociações e debates, bem como acontece uma série de painéis e eventos, tanto nos espaços e delegações de cada país como nos encontros multilaterais.
Entre as várias iniciativas e divulgações desta segunda-feira, podemos mencionar:
Relatório projeta recorde de emissões globais por combustíveis fósseis em 2023
Na madrugada desta terça-feira em Dubai (noite de segunda, no Brasil), foi divulgado o relatório anual Global Carbon Budget, que demonstra que as emissões totais de CO2, que atingiram um recorde no ano passado, devem se estabilizar em 2023, devido a uma leve redução nas emissões associadas ao uso da terra, como desmatamento. O estudo teve a participação de cientistas de mais de 90 instituições.
No entanto, cientistas afirmaram que as emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis devem atingir um volume recorde este ano, evidenciando as mudanças climáticas e contribuindo, assim, com a ocorrência de fenômenos climáticos extremos.
O relatório prevê que os países emitam um total de 36,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 provenientes de combustíveis fósseis em 2023, um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior.
As emissões de CO2 fóssil estão sendo reduzidas em algumas regiões, incluindo a Europa e os Estados Unidos, mas estão aumentando em números totais. A trajetória das emissões deste ano afasta ainda mais o mundo de evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C acima da temperatura média dos tempos pré-industriais.
De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, em português), as emissões mundiais deveriam diminuir 43% até 2030, para cumprir o limite de 1,5°C.
Painel “Estratégia Brasileira para o Hidrogênio”
Nesta segunda-feira (04/12), foi realizado painel sobre a “Estratégia Brasileira para o Hidrogênio”, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que reuniu especialistas do Brasil na COP28. O encontro contou com a participação de representantes de instituições públicas e privadas, além da sociedade civil organizada do Brasil.
O debate girou em torno do desenvolvimento do hidrogênio no Brasil e dos aspectos econômicos relacionados. Também foi discutida a construção de políticas públicas sobre o assunto e a criação de oportunidades de investimentos no país.
Foram analisadas, ainda, contribuições sobre a regulação. As empresas que têm atuado no setor de energia puderam debater – com a participação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – como estão se posicionando estrategicamente em torno do tema. A diretora do Departamento de Transição Energética do MME, Mariana Espécie, salientou que “o hidrogênio pode se tornar uma nova oportunidade para o desenvolvimento industrial sob novas bases de desenvolvimento, principalmente com a lógica de ter baixa emissão de carbono”.
Outro ponto em relevo no debate foi a abordagem da questão da certificação do hidrogênio, que inclusive foi objeto de proposta de projeto de lei que foi aprovada pela Câmara dos Deputados recentemente. Segundo o ministro Alexandre Silveira, “isso já coloca o Brasil num posicionamento internacional superimportante e que permite ao país se adaptar para colocar os produtos brasileiros em plena disposição para os mercados internacionais, que vão muito em breve se estabelecer em torno desse novo produto que é o hidrogênio”.
Governadores lançam plano estratégico de desenvolvimento sustentável da Amazônia
O Consórcio Amazônia Legal lançou, nesta segunda, durante a COP28, um plano estratégico de desenvolvimento sustentável, com um planejamento a ser aplicado para os próximos dez anos.
O anúncio foi feito pelos governadores que compõem os nove estados da Amazônia Legal brasileira, que lançaram, assim, o planejamento estratégico do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento da Amazônia Legal. A Fundação Dom Cabral ajudou a construir o documento.
Segundo o que foi acordado entre os dirigentes, as linhas de ação devem começar a ser aplicadas em 2024. O plano abrange três pilares: econômico, social e ambiental. Foram criadas mais de 60 metas, listadas no documento.
Segundo o Consórcio, esse planejamento estratégico reflete os anseios dos povos amazônicos por uma região sustentável e desenvolvida nos aspectos socioeconômicos e ambientais, a fim de lidar com seus desafios e obstáculos de forma integrada, cooperativa, colaborativa e harmônica.
Além do lançamento do plano, os governadores presentes participaram de um debate sobre “Transição econômica para a Amazônia: desenvolvimento socioeconômico de baixas emissões”, sob a mediação do secretário executivo do Consórcio, Marcelo Brito.
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