A comunicação pessoal em tempo de pandemia
Pessoalmente, quando nos comunicamos, usamos recursos derivados de várias fontes: da fala, das mãos, da postura corporal, do rosto.
Cada uma dessas fontes fornece recursos com significados próprios. A fala, por exemplo, se utiliza de diferentes entonações para dar significação ao conteúdo. Se alguém me oferece algo e eu, suavemente, digo ‘não quero, obrigado’, a recusa é entendida como normal. Mas se eu carrego no ‘não quero, obrigado’, posso levar o interlocutor a se perguntar por eu recusei a oferta.
Até o silêncio (o não-fala) tem significados, às vezes, conflitantes. Diante a uma pergunta, o silêncio pode significar tanto desprezo à pergunta, quanto não ter certeza ou ocultação de algo.
As mãos falam ora de confiança, ora de insegurança, ora de nervosismo, assim como a postura corporal nos diz sobre o interesse do interlocutor no assunto.
O rosto talvez seja a fonte que mais oferece significados. Os movimentos da boca, dos olhos, das sobrancelhas, da testa, das bochechas compõem a fisionomia que informa muitos estados, tais como, nível de ansiedade, de aceitação, de humor, etc, etc.
Assim a máscaras – que estamos usando por causa da pandemia – mutilaram a comunicação pessoal. Eu não posso usar a descontração da minha face para comunicar que estou de bem com a vida, ou saber se, atendeu, a resposta que dei à pergunta que me foi feita.
Antes da pandemia, com todos os recursos disponíveis, nós falávamos das dificuldades da comunicação entre os homens. Como será agora quando somente dispomos do piscar dos olhos e do franzimento da testa?
Destaques
- Comunicadores homenageiam a memória de 38 anos de Anna Challa junto à Aberje
- Anna Chala, ex-funcionária da Aberje, falece aos 90 anos
- Adaptação radical marca o cenário de gestão da reputação em 2025
- Rochelle Ford assume liderança da Page Society com visão inovadora para a comunicação global
- Aberje publica relatório de participação na Plataforma Ação para Comunicar e Engajar (PACE), do Pacto Global
ARTIGOS E COLUNAS
Luis Alcubierre O viés de confirmação interpretativaCarlos Parente As sutilezas no ofício da comunicação, para não ofuscar o Rei SolPaulo Nassar Anna ChalaPatricia Marins Meta e o fim da checagem de fatos: por que a Dieta da Comunicação é essencial para a gestão da reputação em 2025Thais Andreoli Gestão de crises: transparência ou discrição?