CEO Comunicador: como calibrar visão contextual e foco no negócio
Terceira e última sessão de debates sobre a importância da comunicação nas empresas promovida pela Aberje e jornal Valor Econômico reuniu líderes de grandes empresas para falar sobre comunicação e engajamento no pós-pandemia
A Aberje e o jornal Valor Econômico, parceiros de 12 anos na publicação do caderno especial Valor Setorial Comunicação Corporativa, promoveram no dia 4 de novembro a última sessão do II Fórum de Comunicação Corporativa, série de três encontros digitais que visa discutir como a Comunicação Corporativa tem atuado nas relações com a sociedade para as mudanças necessárias para o futuro.
Para debater o tema deste terceiro encontro “A comunicação corporativa como propulsora da inovação”, participaram Teresa Vernaglia, CEO da BRK Ambiental; Marta Diez, presidente da Pfizer no Brasil; Isabella Wanderley, general manager e vice-presidente corporativa da afiliada da Novo Nordisk no Brasil e Roberto Parucker, presidente na Eletronorte. O encontro foi mediado pelo jornalista João Luiz Rosa, repórter especial do jornal Valor Econômico.
O papel do CEO
A pandemia exigiu transformações muito rápidas e radicais das organizações, além de uma comunicação dinâmica entre todos. Nesse contexto, como ficou o papel do CEO pós-Covid? O desafio de se adaptar ao trabalho remoto dá lugar agora ao desafio de gerir o modelo híbrido de trabalho que na opinião de muitos veio para ficar. Para Teresa, da BRK Ambiental, certamente existe um ambiente novo no qual todos os líderes precisam se adaptar. “Existe um ambiente novo no qual o líder e o CEO precisam atuar e garantir a sustentabilidade do seu negócio nesse ambiente que não será exatamente o mesmo de antes da pandemia”, salienta.
Para Marta, da Pfizer, o propósito da empresa quando não se está presencialmente no escritório ficou ainda mais importante. “Fazer com que as pessoas entendam que fazem parte da companhia mesmo não estando no escritório, criar esse engajamento quando se trabalha no mundo virtual é mais complicado. Agora temos que aprender a atuar no mundo híbrido e a balancear melhor as necessidades dos colegas e do trabalho”, analisa.
Na opinião de Isabella, da Novo Nordisk não se trata de um novo papel mas algumas funções dos CEOs tenham se intensificado. “O papel que mais se intensificou e que vai seguir agora durante essa volta aos escritórios nesse mundo híbrido é o papel de agente de mudanças. Além dessa mudança para o digital, outras virão e o CEO deve ser esse grande orquestrador de como preparar a organização para as transformações que vão chegar”, prevê.
Para a Eletronorte, que trabalha em um ambiente regulado e regional, a mudança enfrentada no início da pandemia foi muito grande. Quem conta é o presidente da companhia: “Em março de 2020 tivemos que colocar 70% da companhia em home office, um desafio muito grande e a partir daí o cuidado que tivemos que ter com as pessoas, de falar ‘com’ as pessoas e não ‘para’ as pessoas. É diferente. Escutar, entender e adotar políticas e regulamentos que pudessem suprir as necessidades das pessoas”, conta. “Para mim o CEO de antes e o CEO de agora são pessoas diferentes. O segredo do pós-pandemia é nos apropriarmos desse aprendizado que tivemos e deixarmos que esse novo aprendizado traga um novo ambiente de trabalho”, completa Parucker.
Cultura empresarial
Como preservar a cultura da empresa no momento em que as pessoas não estão trabalhando presencialmente, no momento em que o isolamento separa, fisicamente, colaboradores, líderes e liderados? “Muita gente foi contratada na pandemia, então você fala com o gestor que te contratou mas frequentemente você não sabe quem são seus colegas de trabalho”, comenta o mediador do painel, João Luiz.
“Todas as empresas tiveram que se reinventar. Como perdemos o contato físico, nós intensificamos o contato virtual. A área de comunicação corporativa teve um papel fundamental nisso. A Novo tem dez princípios orientadores da nosso jeito de ser que foram fundamentais para trabalharmos com todos os nossos colaboradores”, comenta Isabella. “A empresa contratou muita gente durante a pandemia, inclusive eu”, revela a executiva.
Na Eletronorte, uma estatal com 50 anos de existência, a cultura é bem arraigada. “Uma coisa nova que aconteceu durante essa pandemia que era motivador: de que forma podemos fazer bem ou ainda melhor, a nossa parte: entregar a nossa energia da melhor forma possível e com a melhor qualidade. Essa era a nossa maior preocupação e conseguimos transmitir isso para o nosso público interno e vibramos muito com essa vitória”, acentua Parucker.
Assista ao encontro na íntegra do Fórum de Comunicação Corporativa Aberje Valor Econômico:
https://www.youtube.com/watch?v=dXhtgSb9qJI
Leia também as coberturas dos dois encontros anteriores do II Fórum de Comunicação Corporativa Aberje Valor Econômico:
Primeira sessão: A comunicação está preparada para orientar os negócios?
Segunda sessão: A comunicação corporativa como propulsora da inovação
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