03 de abril de 2024
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Transformando desafios em oportunidades: Brasil intensifica esforços rumo à transição energética

 

Com a crescente preocupação o global em relação à transição energética nos últimos anos, impulsionada pela urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e mitigar os impactos das mudanças climáticas, o Brasil emerge como protagonista. Especialmente diante da crise entre Rússia e Ucrânia, que evidenciou ainda mais a importância da necessidade de independência energética dos países ao destacar a vulnerabilidade de nações dependentes de combustíveis fósseis em meio a conflitos geopolíticos. Num cenário também marcado pela pandemia de COVID-19, a necessidade de uma transição energética eficiente também ganhou relevância, à medida que os países buscam recuperar suas economias de forma sustentável, priorizando investimentos em energias renováveis e infraestrutura verde.

Com uma vasta extensão territorial, o Brasil emerge como um verdadeiro paraíso para as energias renováveis. A energia eólica, impulsionada pelos ventos que sopram ao longo da costa e em regiões de planalto, tem registrado um notável crescimento, especialmente na região nordeste do país. Além disso, a energia solar, beneficiada pela intensa irradiação ao longo do ano, desponta como uma opção sólida para a geração de eletricidade. As hidrelétricas, historicamente essenciais para a geração de energia elétrica no Brasil, continuam a desempenhar um papel fundamental.

Além das fontes convencionais, o Brasil destaca-se na produção de biocombustíveis e biomassa, representando uma parcela significativa de sua matriz energética. Segundo dados do Balanço Energético Nacional – BEM de 2023, a biomassa da cana-de-açúcar lidera com 15,4%, seguida pela hidrelétrica com 12,5%. Desde que a cana-de-açúcar foi reconhecida como uma fonte relevante de energia, o país tornou-se um dos líderes globais na produção de etanol, contribuindo significativamente para a redução das emissões veiculares. Além disso, a biomassa proveniente de resíduos agrícolas e florestais é aproveitada, promovendo a diversificação da matriz energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa.

No contexto da transição energética, o hidrogênio verde surge como uma alternativa promissora para reduzir a emissão de GEE e promover a descarbonização de setores-chave da economia brasileira. Produzido a partir da eletrólise da água utilizando eletricidade renovável, como a energia solar e eólica, o hidrogênio verde cria um combustível limpo, com a única emissão gerada sendo o vapor d’água. O uso do hidrogênio verde pode ter impactos significativos na matriz energética, especialmente considerando que as energias renováveis atualmente representam 47,4% do total de energia consumida no Brasil. Embora a energia eólica e solar ainda contribuam com percentagens menores (2,3% e 1,2%, respectivamente), espera-se um crescimento substancial dessas fontes nos próximos anos, impulsionando a transição para uma matriz energética mais sustentável.

Para José Luis Martinez Bouza, diretor da Proyfe Brasil, empresa especializada em projetos de geração de energia, “as engenharias desempenham um papel fundamental na viabilização dessa transição, utilizando inovações tecnológicas e práticas sustentáveis para aumentar a eficiência energética e promover o uso responsável dos recursos. É através do avanço tecnológico e da implementação de práticas sustentáveis que podemos enfrentar os desafios ambientais e energéticos do século XXI.”

Tanto as empresas quanto a sociedade compartilham a preocupação com a responsabilidade social corporativa, sendo a administração fundamental para integrar essa responsabilidade, preparando profissionais para lidar com aspectos éticos, sociais e ambientais da gestão empresarial. Investimentos em energias limpas e tecnologias sustentáveis são fundamentais para mitigar os impactos climáticos e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do país, destacando o crescente valor dado pelos investidores às empresas comprometidas com os pilares do Environmental, Social and Governance (ESG).

“Neste sentido, a sustentabilidade se torna de extrema importância, e as empresas devem assumir um papel ativo, considerando não apenas seus lucros, mas também os impactos de suas atividades na sociedade e no meio ambiente”, ressalta João Alves de Sousa Filho, coordenador de marketing e sustentabilidade da Proyfe Brasil.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

João Alves de Souza Filho

Coordenador de Marketing e Sustentabilidade da Proyfe Brasil - João Alves de Sousa Filho. Jornalista e Mercadólogo. Especialista em educação ambiental, sustentabilidade e energias renováveis.

Mayara Leite Oliveira

Coordenadora de QSMS da Proyfe Brasil - Mayara Leite Oliveira. Engenheira. Especialista em SGI da qualidade, meio ambiente, segurança e saúde no trabalho e responsabilidade social.

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