O que são os vieses inconscientes e como eles prejudicam sua carreira

Li uma boa matéria sobre a questão dos vieses inconscientes e como cada vez mais empresas no Brasil tem se aproximado deste assunto. É mesmo uma conversa fundamental para conquistar avanços nos temas diversidade e inclusão.
Faz algum tempo estou imerso em estudos e artigos sobre o assunto e tenho tido boas experiências com palestras e oficinas em diferentes empresas espalhadas pelo país.
Nessas ocasiões, costumo apresentar uma pesquisa realizada em São Paulo que joga um balde de água fria sobre a cabeça daqueles que se dizem sem preconceitos, “gender blind” ou acham que falar de diversidade é “mimimi”.
Os professores Amanda Ramos e Bruno Araújo, da Fupecapi, pediram para dois grupos de alunos de MBA avaliarem o currículo de um candidato à vaga de gerente de vendas.
Os participantes, todos com experiência em recrutamento e seleção, deveriam dizer se a pessoa estava apta ao cargo, se deveria ser contratada e se teria chance de promoção num intervalo de cinco anos.
Além disso, foram estimulados a compartilhar suas impressões sobre o candidato em questão.
Os dois grupos receberam currículos exatamente iguais: um profissional de 45 anos, sem filhos, com disponibilidade para viagens e ampla experiência em vendas. Só um ponto era diferente: o gênero.
Enquanto uma sala avaliou a candidata Fernanda, outra, avaliou Fernando. Currículos exatamente iguais, lembrem-se. Os resultados são reveladores: a sala que avaliou o homem o contrataria, considerou-o mais adequado ao cargo e elegível a promoção em até cinco anos. A sala que avaliou a mulher, não.
Chamo a atenção para o fato de que o (a) candidato (a) fictício (a) tinha 45 anos e não tinha filhos. Os pesquisadores utilizaram esta variável para evitar prejuízos imediatos a mães ou mulheres no auge da fertilidade. Não adiantou: a candidata continuou preterida.
Quanto as percepções, quem avaliou Fernanda “sentiu” que ela era mais “amável” e “simpática”, características estereotipadas e mais associadas às mulheres.
Este “sentimento” dos recrutadores tem nome: vieses inconscientes, um conjunto de padrões estabelecidos ao longo da vida e que influenciam a maneira como percebemos, nos relacionamos e interagimos com os outros.
Todos nós temos vieses, sem exceção. Trazê-los à tona é uma alternativa para tomar decisões melhores, mais acertadas e evitar impactos negativos nas vidas e carreiras de outras pessoas. Voltarei ao tema nas próximas semanas.
Destaques
- Governança em cultura é tema de curso da Escola Aberje com patrocínio da Petrobras
- Pedro Torres publica artigo sobre o Fórum Econômico Mundial no Meio&Mensagem
- Revista CE celebra as 50 edições do Prêmio Aberje na edição 112
- Conheça a página “Comunicação para a Transição”
- Jleiva Cultura & Esporte apresenta panorama da cultura nas capitais brasileiras
ARTIGOS E COLUNAS
Nelson Silveira É no silêncio de um ChevroletPablo Assolini 5 erros que prejudicam estratégias de conteúdo proprietárioLeila Gasparindo Tendências para 2025: Comunicação Corporativa em transformação e oportunidades no cenário midiáticoHamilton dos Santos Mundo vive tempos de ciúme comercialLuis Alcubierre O viés de confirmação interpretativa