O compromisso com a interiorização da medicina: promoção do acesso à saúde para cada vez mais brasileiros
O Brasil possui uma razão de 2,41 médicos por mil habitantes, bastante próxima de índices registrados por nações desenvolvidas, como Japão (2,5) e Estados Unidos (2,6). O dado é da Demografia Médica 2023, produzida pela Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Faculdade de Medicina da USP e a Fundação Faculdade de Medicina. Contudo, a mesma pesquisa demonstra que essa razão não corresponde à realidade – quando vista por região, a concentração de médicos no Brasil é bastante desigual.
As regiões Norte e Nordeste apresentam razão de médicos por mil habitantes de 1,45 e 1,93, respectivamente, enquanto no Sudeste esse índice é de 3,39, no Centro-Oeste, de 3,10 e, no Sul, de 2,95. A Demografia Médica traz essas assimetrias em detalhes, que se intensificam quando a lupa recai sobre os municípios. Ao mesmo tempo em que “sobram” profissionais em algumas cidades, em outras eles praticamente não são encontrados. As capitais da região Nordeste, por exemplo, concentram 5,90 médicos por mil habitantes, mas, o interior, possui apenas 0,84 pelo mesmo número de pessoas.
Embora a Demografia Médica não se dedique a analisar as razões para isso, podemos conjeturar que tenham relação intrínseca com o baixo desenvolvimento de determinadas localidades, o que reflete na falta de infraestrutura de saúde, transportes, educacional e de lazer, afastando os profissionais de medicina ou impedindo sua fixação no local. Vale lembrar que, para se formar, os alunos arcam com mensalidades e outras despesas de alto valor, investimentos para os quais precisam e/ou desejam ver retorno.
Como consequência desse contexto, há, portanto, desigualdade no acesso à saúde no Brasil, o que impacta os números de doenças e mortes.
ODS 3
Na Afya, contribuir para amenizar essas disparidades é parte da estratégia ESG. A criação da companhia, hoje o maior hub de educação médica e serviços digitais para médicos no Brasil, remonta a 1999, quando um casal de médicos, cujo sonho era levar ensino e atendimento de saúde aos interiores do país, fundou sua primeira faculdade, em Araguaína, cidade a mais de cinco horas de distância da capital do Tocantins, Palmas. A Afya nasceu, portanto, com a vocação para a medicina e o compromisso com a interiorização do acesso à saúde no Brasil.
Hoje, mais de 63% de nossas unidades de graduação estão instaladas fora de regiões metropolitanas, reforçando essa proposta. Quase 70% delas se localizam nas regiões Norte e Nordeste. Esses números mostram que boa parte dos quase 18 mil alunos de medicina e mais de 2 mil docentes médicos da Afya está alocada em comunidades onde o número de profissionais de saúde é insuficiente.
Em 2022, promovemos mais de 470 mil atendimentos gratuitos de saúde para as comunidades em que estamos instalados. E esses atendimentos não ocorreram apenas em instalações próprias, mas também em locais públicos e de forma itinerante. Um exemplo são as iniciativas de atenção a povos tradicionais, como indígenas, ribeirinhos e quilombolas, em seus próprios assentamentos. Apenas no ano passado, foram realizados mais de 33 mil atendimentos médicos e de saúde a esses povos.
Dessa forma, a Afya contribui ativamente para o avanço do Brasil no “ODS 3 – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades”, mais especificamente em sua meta “3.c – Aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e formação, e retenção do pessoal de saúde em localidades menos desenvolvidas”. Tal contribuição será melhor dimensionada a partir do segundo semestre de 2023, quando a companhia deve finalizar uma pesquisa e metodologia de cálculo do impacto social de suas operações. Essas iniciativas resultarão em insumos não apenas para aperfeiçoar e intensificar esses impactos, como também para auxiliar o próprio poder público a entender e amenizar a dispersão médica no Brasil.
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