27 de julho de 2022
BLOG Agenda 2030: Comunicação e Engajamento

Não existe futuro sustentável sem saúde mental

A promoção da saúde mental é chave para a construção de um futuro mais próspero e sustentável

O que podemos fazer em conjunto para assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra as desigualdades, incluindo a de gênero, agir contra as mudanças climáticas, cuidar da saúde mental e bem-estar das pessoas, bem como lidar com outros dos maiores desafios de nossos tempos?

Essas foram algumas das principais metas da Organização das Nações Unidas ao desenvolver os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um apelo global à ação estratégica para garantir um futuro melhor em todos os âmbitos.

Agenda 2030: ações estratégicas para o desenvolvimento sustentável

As metas foram distribuídas em 17 núcleos e assim foi construída a conhecida “Agenda 2030 da ONU”, movimento que o Pacto Global fortalece e reverbera entre empresas e organizações. Destacamos aqui a inclusão da promoção da saúde mental, prosperidade e bem-estar geral, colocado não só na introdução, mas como terceiro objetivo para o desenvolvimento sustentável (ODS 3), com o objetivo geral de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades.

Vincular a promoção da saúde e bem-estar como algo fundamental na construção de um futuro sustentável é um marco importante na história, principalmente se desejamos fortalecer uma cultura de cuidado com a vida. Afinal, não dá para melhorar nada na sociedade sem olhar para as pessoas que atuam nela. A regeneração e a sustentabilidade do mundo estão intimamente conectadas com a saúde das pessoas.

Saúde mental como denominador comum

O bem maior de qualquer projeto de impacto são os seres humanos que o criam, realizam, transformam. Com base nisso, queremos propor uma pequena reflexão: já parou para pensar no que nos faz humanos? Seria nossa capacidade de percebermos nossa existência, nossa subjetividade? Seria nossa capacidade de manejar emoções e sensações boas e também as ruins, lidando e aprendendo com cada uma delas? Ou, ainda, a forma com que cuidamos dos sofrimentos das outras pessoas?

Aqui no Instituto Cactus defendemos que o que perpassa por tudo isso, como uma linha transversal, um fio condutor, que evoca elementos de diversas áreas do conhecimento, é a saúde mental. Essa capacidade de estar, de viver, de pensar sobre o mundo e de atuar e se relacionar com ele, tudo isso é saúde mental.

Saúde mental não é uma expressão para designar vida perfeita e leveza absoluta. Ter saúde mental também não é sobre manter uma positividade tóxica que nega os sofrimentos e as desigualdades, romantiza situações de crise e individualiza problemas estruturais. Mas ela é um denominador que atravessa toda a nossa experiência no mundo.

Como denominador comum, o indivíduo, indissociado da sua saúde mental, são peças-chave para catalisar mudanças em todas as outras esferas sociais:, vemos que é quase impossível melhorar a educação, reduzir a violência, erradicar a pobreza e a desigualdade de gênero, promover o desenvolvimento econômico, e dar conta de muitas outras necessidades básicas, sem considerar a vida de cada pessoa que protagoniza essas histórias.

Instituto Cactus: saúde mental é assunto de todas as pessoas

Aqui no Instituto Cactus nós trabalhamos para unir essas pontas e ampliar o debate e as práticas de cuidado com saúde mental, principalmente em relação às mulheres e adolescentes, nossos públicos prioritários. Atuamos com projetos que impactam a saúde mental de forma estrutural e pioneira, como a realização de pesquisas e criação de ferramentas que apoiam gestores na implementação e avaliação de políticas públicas. Com ações de educação, sensibilização e mobilização, comunicamos para ampliar a conscientização, pautar o debate e diminuir o estigma sobre o tema, contribuindo diretamente para a ODS 3, além de atuarmos com foco na igualdade de gênero e no empoderamento de todas as mulheres e meninas, meta do ODS 5, e no fortalecimento de parcerias e meios de implementação, conforme o ODS 17.

Mas propomos que atuar com saúde mental significa invariavelmente ir além da ODS 3: pelo fato de a saúde mental estar tão intimamente relacionada e interligada a tantos outros temas sociais, pelo fato de ter no seu centro o indivíduo e por endereçar a relação desse indivíduo consigo mesmo e com seu entorno, ao apoiar a saúde mental também colaboramos com outros objetivos para o desenvolvimento sustentável, como educação, crescimento econômico, redução das desigualdades, entre outros.

Entendemos que saúde mental diz respeito a todas as pessoas, por isso unimos governo, ciência e comunidade para expandir a atual noção sobre saúde e alargar seus espaços de presença, reflexão e atuação. Apoiamos a multiplicação de práticas de cuidado para impactar positivamente uma rede imensa de agentes de transformação e assim criar uma cultura mais humanizada e sustentável. Afinal, não existe futuro sustentável sem saúde mental. E é urgente fazermos dela um assunto de todas as pessoas, todos os dias.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Maria Fernanda Resende Quartiero

Formada em comunicação social, tem vasta experiência com impacto social e filantropia, tendo co-fundado a Turma do Jiló e apoiado organizações como a Fundação Estudar e o Fundo Dona de Mim.

Luciana Rossi Barrancos

Traz na bagagem o olhar de administração de empresas, direito e gestão, com MBA em Stanford, e passagem por instituições como Banco Mundial e startups de saúde mental no Vale do Silício.

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