A importância de comunicar a diversidade

Algumas marcas mergulharam de vez no assunto diversidade. Comerciais com mulheres empoderadas e pessoas LGBTs passaram a fazer parte da paisagem até ontem monótona da publicidade brasileira.
Como era de se esperar, o movimento veio acompanhado de algumas críticas. De um lado, os ressentidos. Dia desses, numa palestra, vieram me perguntar “cadê o protagonismo do homem branco heterossexual?”. Fiquei com vontade de questionar se os últimos 200 mil anos não tinham sido suficientes, mas fui mais polido.
De outro lado, movimentos sociais cobram, com razão, que as ações de publicidade sejam acompanhadas de medidas efetivas das marcas e empresas em prol da diversidade.
Concordo com estes últimos, mas acho que precisamos desenvolver uma visão histórica e mais ampla do assunto.
Quando uma marca fala de diversidade, ela está se posicionando, saindo de cima muro, e tomando lado em discussões sérias e que precisam avançar na nossa sociedade.
Ao contrário do que se pode pensar, nunca “é só publicidade”. A comunicação molda gostos, pode reforçar ou contestar estereótipos e é, sem dúvida, um processo fundamental para educar e sensibilizar para as diferenças.
Além disso, representatividade importa. Quem cresceu num mundo em que não havia qualquer referência positiva na TV a gays, negros ou pessoas trans sabe bem do que estou falando.
A conversa sobre diversidade é um caminho sem volta. Marcas que falam sobre o assunto serão mais cobradas e acompanhadas de perto pelos públicos, e isso é ótimo. Ganham as organizações e toda a sociedade.
Claro que os esforços de comunicação precisam vir acompanhados de iniciativas concretas e também do desenvolvimento de uma cultura organizacional aberta e inclusiva.
Mas a publicidade pode, sim, ser um excelente primeiro passo para a construção de um mundo mais justo e respeitoso para todas as pessoas.
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