19 de agosto de 2022
BLOG Agenda 2030: Comunicação e Engajamento

Equidade de gênero: uma medida positiva para o crescimento empresarial sustentável

 

Novas práticas empresariais têm surgido com o objetivo de tornar espaços corporativos mais promissores e humanizados, e com isso, a equidade de gênero nos postos de liderança entrou para a pauta principal de discussão, uma vez que, pesquisas apontam grandes mudanças para o mercado de trabalho e o desempenho positivo para as empresas quando existem nos cargos de liderança inclusão e diversidade.

Com os últimos acontecimentos, estamos vivenciando uma realidade em mudanças, cabe bem definir nossa atualidade ainda no conceito VUCA, um termo criado no ambiente militar norte americano para descrever o contexto vivido no pós Guerra Fria, que define um mundo com volatilidade (Volatility), incerteza (Uncertainty), complexidade (Complexity) e ambiguidade (Ambiguity). Esta definição auxiliava os líderes a preparar planos de contingências e estratégias de desenvolvimento.

Mas, além disso, vemos uma evolução nos processos seletivos, na escassez de profissionais qualificados e prontos para assumir decisões em um mundo em constante modificação. Atualmente, percebe-se uma inclinação maior de profissionais escolhendo seus postos de trabalho do que empresas escolhendo seus profissionais.  O local, a perspectiva de crescimento, os valores e o propósito desenvolvido naquele mostra-se essencial no momento de aplicar para uma vaga e impacta diretamente o índice de turnover das empresas.

Com a Covid-19, presenciamos uma alteração radical na forma que trabalhamos, gerenciamos e nos relacionamos, o B2B (Business to Business), o B2C (Business to Customer), revelou que o verdadeiro comercial é H2H (Human to Human). Passamos a nos comunicar mais e melhor uns com os outros, a compreender suas necessidades, proporcionar ações de incentivo e motivação e oferecer melhores ambientes de trabalho, assim como serviços e produtos.

Desta forma, o Human to Human sendo a base comercial, o condutor interno e externo das empresas, e o que tenderá a prevalecer no futuro, é necessário que para as empresas sobreviverem possuam pessoas adequadas para se comunicar com seu público alvo e gerenciar seus colaboradores com empatia. Este cenário só será possível se o profissional interno puder compreender o externo e se o líder puder se colocar no lugar do colaborador e isso, apenas acontecerá, com inclusão e diversidade em cada posto de liderança e setor empresarial.

A pesquisa do International Business Report da Grant Thornton revela que 57% das organizações de médio porte esperam que a escassez de talentos seja uma grande restrição para seus negócios nos próximos 12 meses. A busca por novos talentos em conjunto com ações de engajamento e pertencimento serão essenciais para a construção de times proativos, resilientes e eficientes.

Ademais, segundo uma pesquisa da McKinsey, se as mulheres ganhassem igual aos homens, até 2025, teriamos um ganho de 30% no PIB brasileiro, seria um aumento de US$ 850 bilhões a mais em circulação. Atualmente, a pesquisa da Grant Thornton, no Brasil, aponta que as mulheres ocupam 32% dos cargos de liderança. Um dos maiores desafios para a primeira métrica, além da valorização profissional da mulher, é seu espaço nos cargos de liderança. Isso mostra como a combinação de talentos e a busca por estes novos pode impactar positivamente o desenvolvimento corporativo.

Empresas que procurem se manter em constante crescimento precisam passar por um processo de desconstrução na crença da existência de habilidades e atributos específicos a cada gênero e abrir oportunidades com foco na obtenção do melhor profissional qualificado, sem preconceitos formulados ou impedimentos baseados em convicções sociais. O relatório Women in the Workplace de 2021 da McKinsey mostra que as gerentes estão constantemente promovendo mais ações para apoiar equipes e verificar seu bem-estar dentro do ambiente de trabalho, assim como, os stakeholders estão demandando maior equidade de gênero nas empresas, segundo mostra a pesquisa do Women in Business 2022 da Grant Thornton.

Estes últimos, possivelmente, visualizam maiores vantagens na construção combinada de estratégias a partir de pontos de vista mais abrangentes, locais de trabalho mais promissores com aplicação de ações de incentivo e cuidado com os colaboradores, reduzindo o turnover e retendo talentos, e uma coparticipação maior daquelas que representam mais de 51% da população mundial e são responsáveis pela maior parte das tomadas de decisões dentro dos lares. Não se trata de métricas, se trata de inteligência de mercado, de proporcionar às empresas melhores estratégicas, bem-estar e um crescimento sustentável a partir de uma visão compartilhada e inclusiva, que se comunique com o externo a partir do interno.

Para concluir e ilustrar o impacto a nível nacional, lembramos da frase de Michelle Obama “nenhum país pode realmente florescer quando sufoca o potencial das mulheres e se priva das contribuições de metade dos cidadãos”.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Anaclara Gutierrez Acosta

É Graduanda em Relações Internacionais e Gestão Comercial, é sócia administradora da ENFRI - Escola Nacional de Formação em Relações Internacionais, atua na Internacionalização de Projetos e Organização de Eventos Empresariais Internacionais. É coordenadora do Comitê Jovens Empreendedoras da OBME - Organização Brasileira de Mulheres Empresárias, assessora pessoal de Lilian Schiavo e Diretora Comercial da AC Eletrical uma empresa de elétrica com foco em automação e energia fotovoltaica que fundou junto ao pai.

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