Em abril de 2015, o fundador da Microsoft, Bill Gates, um dos homens mais influentes, ricos e poderosos do mundo, filantropo, e também um conhecido estudioso de causas humanitárias, participou de um Ted Talk*.
Em sua palestra de pouco mais de oito minutos, abordou um tema que nos dias de hoje pode ser interpretado com ares de premonição. O mundo vivia a epidemia do vírus Ebola, que assustava a África, e até aquela data já contabilizava mais de 10 mil mortos em 428 dias.
Na apresentação, Bill Gates dizia que não seria uma bomba atômica, mísseis ou guerra que poderiam matar mais de 10 milhões de pessoas nas próximas décadas. Para ele estava claro: um vírus poderia ser o grande responsável. Como humanidade, ele enfatizava que não estávamos preparados para combater uma doença mortal na iminência de surgir.
Cinco anos depois, o mundo conheceria o coronavírus e sua cauda longa avassaladora. Em setembro de 2021, com pouco mais de 500 dias de pandemia, já foram mais de 4,7 milhões de vidas perdidas, das quais só no Brasil, quase 600 mil.
Voltando ao mesmo Bill Gates, recentemente, em abril de 2021, novamente falou do tema, questionado em uma entrevista sobre o que causaria milhões de mortes nas próximas décadas. A resposta foi direta: mudança climática. Aliás, tema de seu livro How to Avoid a Climate Disaster: The Solutions We Have and the Breakthroughs We Need, recentemente lançado.
Se em 2015, antes mesmo do Acordo de Paris ser assinado, o criador da Microsoft, fez um prognóstico assustador que se materializou bem antes e com grande velocidade, o que pensar na nova visão deste homem que há de se reconhecer não só como um gênio da tecnologia, mas também por seu conhecimento profundo das vulnerabilidades da humanidade?
Talvez você, no meio dos 7,7 bilhões de habitantes do planeta terra, ainda não tenha se dado conta, mas, de novo, Bill Gates acertou.
O que as enchentes na Alemanha, o recorde de temperatura no Canadá, os incêndios na Turquia e Austrália, onda de frio e neve no Brasil têm em comum? A mesma causa-raiz: a mudança climática. É o mundo agonizando a pandemia e virando do avesso a esperança da humanidade.
Mas curiosamente, os mortos por hipotermia ou calor avassalador não entraram para as estatísticas de emergência de ação pelo clima. Ou alguém já viu atestado de óbito com causa mortis “mudança climática”?
* Ted Talk é um modelo de conferência que virou referência no mundo, em que no palco o convidado apresenta “ideias que merecem ser disseminadas”.
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