Breve histórico da diversidade nas organizações– parte IV

Os anos 1990 foram especialmente importantes para a história das políticas de diversidade no trabalho. Naquela década, o avanço da globalização econômica promoveu mudanças significativas nos campos da cultura, da comunicação e das organizações.
O encurtamento das distâncias e o avanço da tecnologia trouxeram novos desafios às empresas. A partir daquele momento, era preciso se relacionar com um grupo cada vez mais diversificado de pessoas e um novo questionamento surgiu: como vender, comunicar, antecipar demandas e compreender toda essa gente se o grupo que trabalha na organização não for, também ele, representativo das diferenças existentes na sociedade?
É nesse contexto que as políticas de diversidade ganharam força e se espalharam por várias partes do mundo. No Brasil, as primeiras experiências foram encabeçadas por empresas norte-americanas, que, via de regra, replicavam aqui exatamente o que já era feito na matriz, sem considerar as peculiaridades da cultura local. Na universidade, pesquisas passaram a dar respaldo ao discurso da diversidade, associando-a à criatividade, à melhora do clima organizacional e à diminuição do absenteísmo e da rotatividade. A razão para isso tudo é simples: quem se sente respeitado, inclusive por aquilo que tem de mais singular, produz mais e tende a ficar na organização por um período maior.
Ainda na década de 1990, outros dois fatores favoreceram o início das políticas de diversidade em multinacionais que atuam no Brasil. De um lado, os movimentos sociais deram continuidade ao processo de denúncia das desigualdades. Assim, a lei que criminaliza o racismo ganhou mais visibilidade, as pessoas com deficiência conquistaram direito a cotas nas empresas e a homossexualidade foi retirada do catálogo de doenças da Organização Mundial da Saúde. Os sindicatos, por sua vez, passaram a pressionar as organizações pelo cumprimento da resolução n°111 da Organização Internacional do Trabalho, que trata da discriminação no trabalho.
Este foi o pano de fundo de um debate que se aprofundaria na década seguinte, como veremos na próxima semana, no último post desta série sobre as origens das políticas de diversidade nas empresas.
Destaques
- Lançamento do “Manual do Patrocinador” reúne especialistas em roda de conversa na Aberje
- Em entrevista para Anuário da Comunicação Corporativa 2025, Paulo Nassar discute papel integrador da Comunicação no cenário institucional brasileiro
- Vivian Rio Stella é a convidada do episódio 147 do podcast FalAção
- Museu da Pessoa destaca relação entre memória e clima para programação de 2025, em evento com presença da Aberje
- Ana Pais assume vaga no Conselho Consultivo da Aberje
ARTIGOS E COLUNAS
Vinícius Ghise Mataram as agências…de novoPaulo Nassar COP30: Comunicação como herança, consciência e potência políticaCarlos Parente A comunicação que transcendePablo Assolini Nem conteúdo demais, nem de menos: qual o ponto de equilíbrio entre visibilidade e relevância?Rizzo Miranda ESG, COP30 e D&I: os antídotos para sua reputação em tempos de incertezas