16 de junho de 2023
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‘Blended Workforce’, força de trabalho com diversos tipos de vínculo em convivência, tornou-se uma tendência definidora para as organizações

 

Os últimos dois anos viram a comunicação interna desempenhar um papel fundamental no sucesso das organizações. À medida em que as empresas lutavam para se ajustar a novas formas de trabalhar, elas dependiam fortemente de recursos internos. Comunicações para gerenciar e engajar a força de trabalho, manter a cultura da empresa, atrair e reter talentos e garantir uma transição suave para o trabalho remoto ou híbrido estiveram entre os desafios – nem todos necessariamente novos.

Agora, o conceito de “novo normal” já está oficialmente desatualizado. Para a maioria das empresas, é o momento de elevar sua estratégia de comunicação interna, adotar novas ferramentas e tecnologias e criar um local de trabalho pronto para o futuro. No relatório “Global State of Internal Communications”, a plataforma ContactMonkey destaca as principais tendências que estão moldando as comunicações internas.

INSIGHTS PRINCIPAIS

  • A experiência do funcionário é a maior tendência do ano;
  • Maior satisfação dos funcionários é um alvo prioritário entre os comunicadores internos;
  • “A Grande Demissão” tornou a redução dos níveis de atrito uma chave interna nas metas de comunicação;
  • 47% dos comunicadores internos lidam com baixos níveis de capacidade de resposta dos funcionários;
  • Menos comunicadores internos enfrentam desafios com medição do que antes, mas 80% ainda consideram a medição de comunicações internas um desafio;
  • 77% dos comunicadores internos lutam para mostrar o impacto de seus esforços;
  • O e-mail é considerado o canal de comunicação interna mais valioso, seguido por aplicativos de colaboração e videoconferência;
  • Um número crescente de comunicadores internos agora tem um relacionamento interno de longo prazo a contar na estratégia de comunicação em vigor;
  • 28% das empresas têm altos níveis de engajamento dos funcionários, enquanto 24% das empresas têm níveis de engajamento de funcionários baixos ou muito baixos;
  • Os criadores de modelos de e-mail e as ferramentas de feedback dos funcionários são os fornecedores mais valorizados pelos comunicadores;
  • Modelos de trabalho híbridos são o modelo de local de trabalho mais popular em 2022;
  • 83% das empresas já têm plano definido de retorno ao escritório.

TENDÊNCIAS

Nos últimos três anos, a Experiência do Empregado permaneceu como uma das principais prioridades para comunicadores. A experiência do funcionário é a experiência acumulada que um funcionário tem desde o primeiro contato com uma organização até o último. Um funcionário com forte experiência leva a menor rotatividade, maior satisfação no trabalho, maior produtividade e melhor atendimento ao cliente. Esses resultados estão intimamente ligados às metas de comunicações internas.

A partir de 2022, o ‘Blended Workforce’ (força de trabalho com diversos tipos de vínculo em convivência) tornou-se uma tendência definidora para as organizações à medida em que gerenciar uma combinação de funcionários em tempo integral e talentos transitórios é um desafio. Líderes empresariais e comunicadores internos precisarão identificar políticas, procedimentos e melhores práticas para criar um ambiente que promova a colaboração e o engajamento em todas as categorias de novos trabalhadores.

O Futuro do Trabalho é outra tendência crítica para os comunicadores internos – mas sua definição continua a evoluir. Em 2022, o futuro do trabalho dos comunicadores internos envolveu análise mais profunda dos funcionários e transformação digital do local de trabalho.

Para atingir metas como retenção aprimorada, maior engajamento e melhor produtividade, Diversidade e Inclusão (D&I) deve se tornar parte da estratégia de crescimento de todas as empresas. Enquanto D&I tem sido uma área de foco para empresas no passado, um estudo da CNBC revelou que 1 em cada 4 os funcionários não acham que sua empresa faz o suficiente nessa frente. Comunicações internas podem ajudar muito a criar uma cultura de D&I mais forte, facilitando o diálogo que traz conscientização e promove a empatia em torno de assuntos como raça, gênero, equidade, oportunidade e identidade no local de trabalho.

DESAFIOS

A pesquisa buscou detectar os maiores desafios dos comunicadores internos:

Baixa capacidade de resposta dos funcionários – 47% dos comunicadores internos lutam com baixos níveis de capacidade de resposta dos funcionários. Especialmente com interações cara a cara limitadas entre os funcionários e seus gerentes, isso vai se tornar ainda mais difícil. Também é difícil para os funcionários se sentirem psicologicamente seguros para expressar feedback quando estão trabalhando em casa. De acordo com a Gallup, apenas 3 em cada 10 funcionários sentem que suas opiniões são valorizadas no trabalho. Ao aumentar esse número para 6, as empresas podem esperar ver uma diminuição de 27% no volume de negócios e um aumento de 12% na produtividade.

Rastreamento e medição das comunicações internas – Em 2022, 43% dos comunicadores internos consideram a medição seu maior desafio – esse número é o menor dos últimos três anos (55% em 2021 e 72% em 2020). Dito isto, uma porcentagem inequivocamente grande (80%) dos comunicadores internos concorda ou concorda fortemente que é difícil medir as comunicações internas. Isso significa apenas que, embora outros desafios tenham tido precedência no ano passado, a medição ainda é uma barreira crucial que os comunicadores internos precisam enfrentar.

Coleta de feedback dos funcionários – 42% dos comunicadores internos identificam a coleta de feedback dos funcionários como uma chave a enfrentar. Isso pode estar intimamente ligado à baixa capacidade de resposta dos funcionários. CI tem que trabalhar duro para promover uma cultura de feedback transparente que encoraje o feedback sincero. Dito isto, existem várias opções, como como pesquisas de pulso, escalas de classificação, eNPS e comentários anônimos que podem ajudar. Também é difícil para os funcionários se sentirem psicologicamente seguros para expressar feedback, quando estão trabalhando em casa.

Envolvendo funcionários remotos – De acordo com o Buffer, 20% dos trabalhadores remotos visualizaram sua comunicação interna existente como barreira. As empresas tiveram que confiar quase inteiramente na comunicação para construir e manter a cultura da empresa, viram o envolvimento do trabalhador remoto um grande desafio para 41% dos entrevistados. Os comunicadores internos têm a tarefa de criar uma estratégia holística que apoia o recrutamento virtual, promove a colaboração, fornece reconhecimento aos funcionários e reúne feedback dos funcionários.

Comunicação interdepartamental – 35% dos comunicadores internos consideram a comunicação interdepartamental seu maior desafio. Com equipes dispersas e incapazes de interagir diariamente, a colaboração precisa ser um esforço mais coordenado do que era anteriormente. É preciso inovar constantemente, experimentar novas ferramentas e táticas e ser criativo para reforçar a comunicação entre os departamentos.

Obtenção de orçamento e aprovações da liderança – A porcentagem de comunicadores internos que enfrentam desafios para obter orçamentos e as aprovações da liderança reduziram significativamente (18% este ano vs 31% no ano anterior). Isso se correlaciona fortemente com o fato de que mais comunicadores internos agora têm uma estratégia de longo prazo e um orçamento definido. Isso evita a necessidade de buscar aprovação de acordo com a necessidade. Quando perguntados, 77% dos entrevistados afirmaram que acham difícil mostrar o impacto de comunicações internas. No entanto, 23% não se sentiram assim. Um tema recorrente é a falta de soluções de medição que dificultam a comprovação do ROI das comunicações internas.

Após dois anos de incertezas, a função de comunicação interna encontrou terreno estável. O estudo mostra que a comunicação interna tem sido estabelecida como uma área funcional central em todas as empresas globalmente. Estratégias de longo prazo, orçamentos definidos e menos desafios indicam que as comunicações internas agora desempenham um papel mais estratégico no crescimento e sucesso organizacional do que nunca. À medida em que as empresas avançam para um estado de trabalho mais permanente – híbrido, remoto ou pessoalmente – os comunicadores internos precisam se aprofundar na análise, ser criativos com suas abordagens e explorar novas tecnologias para elevar suas comunicações.  Concentrar-se nas necessidades dos funcionários, melhorar as comunicações da liderança, e explorar uma estratégia de comunicação multicanal será fundamental.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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