Aberje Trends Rio de Janeiro debate COP30 e o papel da comunicação na agenda climática

Realizado na última quinta-feira (7), no Centro Cultural FGV, o “Aberje Trends Afterwards – Edição Rio de Janeiro” marcou o encerramento do ciclo de eventos da série Aberje Trends em 2025. O encontro reuniu profissionais para debater tendências da comunicação corporativa sob o tema “Nova desordem mundial”, explorando como o setor navega em tempos de tensões globais impulsionadas por conflitos, mudanças climáticas e avanços da inteligência artificial.
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A abertura foi conduzida por Douglas Cantu, gerente de Eventos da Aberje, e Fernanda Bolzan, gerente executiva de Comunicação Institucional do Grupo Energisa e diretora do Capítulo Aberje Rio de Janeiro. Cantu destacou que a iniciativa encerra o calendário anual do Aberje Trends e contempla temas como ESG, inteligência artificial e imprensa.
O economista-chefe da Aberje, Leonardo Müller, apresentou dados sobre a entidade, que reúne mais de mil organizações associadas, responsáveis por mais de 40% do PIB brasileiro e que empregam 3,8 milhões de pessoas. Também ressaltou que a rede é formada por cerca de 10 mil profissionais, majoritariamente mulheres (71%) e com alto nível de qualificação — 87% têm especialização. Müller compartilhou ainda resultados do estudo “Orçamento da Comunicação”, destacando que o levantamento identificou uma redução no valor do orçamento em relação a 2023, de R$35,5 bilhões para R$31,8 bilhões em 2024. De acordo com o estudo, essa retração está inserida dentro de um contexto mais amplo de disponibilidade financeira, que inclui três dinâmicas distintas: a conjuntura complicada de 2024, o esgotamento do ajuste pós-pandemia e a uma transformação mais profunda e de mais longo prazo da comunicação organizacional. Müller também comentou o estudo “Paradoxo da Comunicação Corporativa” e a pesquisa “Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30”.
Fernanda Bolzan destacou a trajetória do Capítulo RJ, criado em 1986 e atualmente com mais de 125 organizações associadas e 1.109 profissionais. Pesquisa recente com as associadas apontou como prioridades temas como inteligência artificial, reputação, mensuração de resultados, ESG e sustentabilidade, além de comunicação digital e redes sociais. O formato presencial, no período da manhã, foi o preferido. Fernanda apresentou o calendário de encontros para o segundo semestre de 2025, reforçando o objetivo de ampliar a frequência dos eventos e gerar insights para a rede.
Comunicação e engajamento para a COP30
O primeiro painel, “Comunicação e Engajamento COP30”, foi mediado por Kelly Lima, sócia-fundadora da Alter Conteúdo, e teve como convidada Paula Silvino, head de Marca da Vale.

Paula explicou que a participação da empresa na COP30 está alinhada ao seu papel na transição energética e na mitigação das mudanças climáticas. Segundo ela, a Vale protege atualmente 1 milhão de hectares de florestas e assumiu a meta voluntária de recuperar e proteger outros 500 mil hectares até 2030, além de operar com 100% de fontes renováveis no Brasil, objetivo que pretende atingir globalmente até o final da década.
A executiva ressaltou que, desde 2019, a empresa passou por uma transformação cultural em sua forma de atuar e se comunicar, abrindo espaço para diálogos sobre mineração sustentável. “Não é sobre falar, é sobre fazer. A partir da ação as coisas acontecem”, afirmou. Para a COP30, a estratégia da Vale se concentra em três eixos: floresta, transição energética e descarbonização, e aspectos socioculturais, envolvendo parcerias com comunidades.
Paula destacou ainda o papel da comunicação na mobilização da sociedade, na promoção de conhecimento técnico e na aproximação da agenda climática do público. Entre as ações, citou a capacitação de jornalistas, a produção de conteúdos educativos, como o álbum de figurinhas “Árvores da Floresta”, e iniciativas imersivas em eventos culturais.
Kelly falou sobre as maneiras como as marcas podem deixar um legado além da COP30, independentemente da escala de suas ações. Para ela, o letramento sobre o tema passa tanto pelas empresas quanto pelas agências de comunicação. “O Brasil muitas vezes enxerga a COP como um grande encontro diplomático, sem perceber que é também uma feira de soluções para o futuro”, afirmou.
Paula concluiu defendendo que todos têm um papel na COP30 e que é necessário traduzir a pauta climática para uma linguagem acessível. “Temos que sensibilizar as pessoas e aproximar o assunto delas. Somos impactados pelo clima e temos a responsabilidade de falar de forma didática”, disse.
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