Levantamento da Vianews revela curiosidades sobre o mercado de comunicação na América Latina
Composta por 20 países com inúmeras particularidades socioeconômicas e culturais, a América Latina engloba uma população de mais de 640 milhões de pessoas, com um PIB de US$ 5,1 trilhões em 2021 segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
Com projeção de crescimento de 2,6% em 2022, apesar dos inúmeros desafios ainda presentes na região, como a desigualdade econômica, nos últimos anos fatores como a aceleração da economia digital têm tornado o bloco um alvo de grandes investimentos por parte de alguns dos maiores players do mercado.
Durante a Cúpula das Américas em junho deste ano, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, anunciou, por exemplo, que o Google irá investir US$ 1,2 bilhão em tecnologia na região, potencializando ainda mais seu crescimento econômico.
Diante desse cenário de expansão, a Vianews – agência de comunicação com mais de 37 anos de história que atua há 22 anos na América Latina – realizou um levantamento sobre o comportamento da área de comunicação.
Os dados foram coletados a partir de entrevistas feitas com os colaboradores da agência em cinco países latino-americanos, sendo eles México, Peru, Colômbia, Chile e Argentina. Pesquisas divulgadas por alguns de seus clientes também fizeram parte da análise.
Abaixo, seguem os principais resultados:
Segmentos que mais contratam
De acordo com o levantamento, as verticais de indústria que mais contratam serviços de comunicação na América Latina são tecnologia e bens de consumo. No México, se sobressaem as indústrias automotiva, financeira e de aviação. Já no Peru, os setores de destaque são beleza, moda e turismo.
População conectada
Outro fator que atrai os olhares de investidores para a América Latina é a transformação digital em massa que ocorreu nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia da Covid-19.
Os números impressionam – segundo pesquisa divulgada pelo Cupom Válido, o Brasil é o terceiro país do mundo que mais usa redes sociais.
Em média, os brasileiros ficam 3h42 por dia conectados, bem próximo dos colombianos, que ficam, em média, 3h45 diárias. Porém, países como México e a Argentina não ficam muito atrás, com uma média respectiva de 3h27 e 3h22 de conexão.
Já pesquisa realizada pelo Capterra, cliente da Vianews, aponta que a plataforma mais utilizada no Brasil é o WhatsApp, já que 98% dos entrevistados se declararam usuários da aplicação.
Comunicação sob medida
Já com relação aos serviços de comunicação oferecidos pelas agências e mais contratados pelas empresas na América Latina estão os de Relações Públicas, digital services, campanhas com influenciadores digitais e eventos.
No Peru, por exemplo, a tendência mais forte é a ativação de marketing, com ações voltadas a experiências com as marcas. Há, no entanto, alguns desafios que devem ser levados em conta no mercado peruano: as marcas de médio porte ainda têm certa resistência em contratar serviços com agências pois tendem a pensar que PR e Marketing Digital são investimentos para grandes marcas, apenas.
No Chile, a força ainda é da mídia tradicional
Com o avanço da transformação digital, as principais mídias consumidas pela população latino-americana também passaram a ser online, como portais e veículos nichados, seguido por jornais/revistas e televisão. Mas, no Chile, por exemplo, a mídia online tomou maior tração apenas recentemente, sobretudo durante a pandemia. Uma curiosidade do país é que dois grandes conglomerados de mídia dominam o mercado: El Mercurio e Copesa.
Abordagem aos jornalistas
Outra particularidade que deve ser considerada é a abordagem feita pelos assessores de imprensa aos jornalistas. Segundo o levantamento da Vianews, a maioria dos jornalistas latino-americanos costumam ser abordados por telefone – sobretudo por Whatsapp -, seguido pelo contato via e-mail.
Inclusive, no México e na Colômbia, ao enviar um press release é recomendável anexar também uma imagem ilustrativa, já que os jornalistas desses países, em geral, precisam de imagens fornecidas pelos clientes para ilustrar suas matérias.
Palavra de ordem na Argentina: networking
Vale ressaltar que as relações interpessoais também variam de acordo com o país e suas características culturais. Na Argentina, por exemplo, os jornalistas gostam que as marcas e as agências os sigam em suas redes sociais pessoais. Além disso, os jornalistas argentinos conversam muito entre si, e no caso de uma marca realizar um evento para determinado nicho, é recomendável convidar o maior número de profissionais e não apenas um grupo seleto.
“Este tipo de insight é de extrema relevância para quem trabalha com a comunicação de marcas e empresas na América Latina, pois nos auxilia a criar estratégias assertivas, focadas no público local de cada país. Quanto mais personalizada for a comunicação, tanto entre a agência e seus clientes, como com a imprensa e o público geral, maiores as chances de a empresa obter o sucesso e o crescimento almejado em sua estratégia de comunicação”, diz Pedro Cadina, fundador e CEO da Vianews.
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