Como o surgimento das bolhas de informação e a polarização política podem impactar a reputação das empresas
A reputação de marca é hoje um dos mais importantes indicadores de saúde futura dos negócios. Pensando em longo prazo, é como se ela garantisse uma “permissão da sociedade” para que a empresa continue operando, mesmo nos piores cenários. Em outras palavras: uma boa reputação previne crises de imagem e boicotes da sociedade à marca, o que impacta o resultado financeiro das companhias.
Quando eu iniciei minha carreira, 20 anos atrás, para gerir a reputação bastava acompanhar e manter um bom relacionamento com quatro ou cinco veículos de comunicação. Hoje, existe uma multiplicidade de fontes de informação que podem impactar uma marca. Em um mundo dominado pelas redes sociais e cada vez mais polarizado, a imagem de uma empresa no pensamento e comportamento do público é cada vez mais influenciada pela opinião pública, antes construída quase que integralmente pela ação da imprensa.
Hoje, líderes de opinião e entidades políticas são públicos estratégicos que têm grande influência no processo de formação da opinião pública e, consequentemente, das reputações das marcas. Por isso, é importante mapear seus posicionamentos e seus efeitos nas esferas públicas de rede, que chamamos popularmente de bolhas de informação ou bolhas de influência.
As Eleições Presidenciais de 2022 elevaram o tom dos debates em um ambiente extremamente polarizado, aumentando a urgência de entender o impacto das bolhas de influência na formação da opinião pública e o papel da comunicação na gestão da reputação corporativa se torna ainda mais estratégico.
As áreas de comunicação e marketing das empresas precisam encontrar formas de lidar com o volume e a complexidade das informações trazidas pelas novas mídias e, para isso, é importante compreender os efeitos dos algoritmos das plataformas digitais no consumo de informação e na construção da opinião pública.
Isso aumenta a demanda por agilidade na tomada de decisão e a adoção de uma cultura analítica para trabalhar a reputação da marca. Em um contexto de rápida circulação de informações no ambiente digital, a adoção de tecnologias permite gerar ações ou insights que sejam acionáveis e baseados nos temas considerados estratégicos para o negócio.
Mas não basta simplesmente ter acesso à tecnologia. O profissional de comunicação precisa ter uma capacidade analítica para acompanhar estas informações, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos e na velocidade que hoje pode definir uma crise ou uma oportunidade de comunicação importante.
Então, para lidar com a complexidade de um ambiente dominado pela polarização ideológica e fragmentado em bolhas de influência, é preciso inovar não somente no uso de novas ferramentas, mas também na forma de atuar. Uma área de comunicação que não tem clareza sobre a quantidade de fontes de informação a serem mapeadas, não entende como usar a tecnologia a seu favor e não possua ou desenvolva em seus profissionais uma cultura analítica para tomadas de decisões, não será capaz de gerar estratégias de comunicação que efetivamente funcionem.
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