O pedido de Warren Buffet a Bill e Melinda Gates


Dez anos após doar parte da sua fortuna à Fundação Bill & Melinda Gates, o bilionário Warren Buffet escreveu uma carta ao casal para convidá-los a refletir sobre o mundo atual e seu papel na sociedade.
A resposta foi dada no Relatório Anual da Fundação, que abandonou completamente a linguagem sisuda e o formato exaustivo que esses documentos geralmente têm. Ainda que extenso, o relato dos Gates manteve a essência de uma carta: simples, direta e informal.
Bill e Melinda mostraram alguns pontos:
• A comunicação deve explorar os mais diversos recursos narrativos para tornar uma mensagem mais atraente. O Relatório Anual nada mais é que uma prestação de contas aos stakeholders e pode tornar-se muito mais leve, por exemplo, em forma de diálogo.
• Os números também saem ganhando quando a criatividade entra em cena. Os dados foram contextualizados pelo casal como se estivéssemos todos sentados ao redor de uma mesa. O formato e a linguagem deram alma ao balanço da organização.
• Como em qualquer conversa entre amigos, o passado pode ser resgatado. Ao mesmo tempo em que acentua a informalidade, cria também uma cumplicidade com o leitor. Bill e Melinda optaram por salpicar histórias curiosas, como um almoço no Mc Donald’s de Hong Kong que Buffet pagou com cupons.
• Imagens, infográficos e vídeos podem ser utilizados para aumentar a leitura e torná-la mais prazerosa. Um Relatório Anual ou de Sustentabilidade exige geralmente um bom investimento de recursos por parte de uma empresa. A importância desse relato é infelizmente desproporcional ao índice de leitura e aproveitamento das informações expostas no documento. A virada desse jogo pode estar na utilização da tecnologia e do design.
• É possível narrar experiências e sentimentos vividos sem soar piegas. O criador de IBM revelou até ter chorado ao conversar com um grupo de mulheres na Índia.
O Relatório Anual da Fundação Bill & Melinda Gates, ou a Carta Anual como eles denominam o documento, não reinventa a comunicação com investidores e com o público em geral, mas a torna mais significativa e difusa. Insere o propósito e os valores na narrativa e, principalmente, transforma em realidade o mantra das redes sociais: não há mais B2B ou B2C; há H2H. E isso vale para o business, para a filantropia e para a Comunicação.
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