06 de setembro de 2017

Integração: mais uma vez, a palavra da vez

Os avanços da tecnologia são movimentos com os quais já estamos nos acostumando a ponto de termos a sensação de que uma inovação é algo corriqueiro. Diante do cenário de transformação digital, em que as pessoas estão cada vez mais conectadas e exigentes, faz-se necessário mudar processos relacionados ao modo de comunicar, sobretudo com foco em relacionamento com os públicos. Inovação já foi a palavra da vez, até mesmo como diferencial para quem faz comunicação. Hoje, continua sendo parte fundamental. No entanto, a inovação – paradoxalmente – virou lugar comum. Já não sentimos tanto o impacto de algumas novidades tecnológicas em comunicação, já que nosso tempo é justamente o das grandes transformações. Mudar é o estado padrão do nosso tempo (e isso é até bom).
Como se diferenciar, então?
Integrar é a ação da vez. A comunicação integrada não é novidade, claro. Mas integrar, efetivamente, é que são elas. Apesar de não ser um movimento novo, essa estratégia ainda é um grande desafio para o sucesso de qualquer ação que tenha, como objetivo, comunicar bem, em sua essência. O alinhamento de todas ações e iniciativas estratégicas, ao considerar a comunicação integrada como ponto de partida, busca gerar resultados sustentáveis.
Para o texto inaugural neste espaço no portal Aberje, observei os resultados do próprio Prêmio Aberje de 2016, especificamente os da categoria Comunicação Integrada, tema sobre o qual pretendo me debruçar para as reflexões aqui apresentadas para debate a partir de hoje. As ações estratégicas premiadas em cada região ressaltou, como ação para colocar na agenda, os seguintes pontos:
– Pensar em campanhas em longo prazo para obter resultados melhores
– Usar as características de seu negócio a seu favor
– Ter um estreito relacionamento com imprensa para abrir caminhos para bons resultados
– Não negar seus próprios problemas
– Expandir a atuação para gerar reconhecimento
– Levar em consideração os desejos do público e conhecer suas demandas
– Entender momentos de mudança organizacional como bons momentos para fortalecimento da companhia, se bem aproveitados
– Criar um conceito condutor para o desenvolvimento  das campanhas
– E garantir que todas as partes envolvidas estejam a par de todas as etapas do processo

São todos importantes, certo? Mas todos nos soam como básicos, não? Como, então, esses pontos diferenciaram as ações das companhias que venceram o Prêmio Aberje 2016 em Comunicação Integrada, mesmo soando como ações tão básicas? Justamente por ser este um grande desafio do nosso tempo, cheio de mudanças.
É premissa de um modelo integrado de comunicação que a pessoa escolha o canal que julgar mais conveniente: digital ou presencial, texto ou foto, vídeo ou som ou ambos, comunicação interna ou imprensa, e por aí vai. Por isso, a coesão entre as peças de comunicação, os canais que se utiliza e as soluções encontradas para cada comunicação é essencial para a adequada entrega de peças relevantes, de forma especializada para cada segmento de pessoas com as quais se quer comunicar.
Mas a integração da comunicação não pode ser encarada apenas como a produção e disseminação de peças em diferentes formatos e canais. Para uma boa comunicação integrada, o grande desafio é comunicar de forma organizada e especializada, buscando cada vez mais nichos onde se encontram o público, o leitor, o ouvinte, o telespectador, o consumidor. Essa é a chave. Mas como chegar lá?
Destaco o último ponto elencado acima como fundamental e complexo, e que garante que todos os demais sejam possíveis: garantir que todas as partes envolvidas estejam a par de todas as etapas do processo.

giovanni dias - integração mais uma vez, a palavra da vez

 

 

 

 

Comunicar – no âmbito da comunicação integrada, como forma mais eficaz da ação – é envolver, ter espaços e momentos em que a contribuição de todos os que lidam com o assunto possam participar das decisões, estar conscientes dos caminhos que a comunicação, como peça da estratégia corporativa, quer seguir. Ou seja, criar um ambiente em que as pessoas que fazem a comunicação estejam se sentindo como parte do núcleo (até mesmo por serem, efetivamente, o núcleo das ações de comunicação). Uma comunicação em 360° de modo prévio, entre as próprias pessoas que fazem a comunicação para os diferentes públicos, é uma forma de chegar lá.
Mais uma vez: parece básico? Demais. No entanto, é fácil? Não. E é necessário? Muito.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Giovanni Nobile

Gerente de comunicação integrada na Unidade Assessoria de Comunicação do Banco do Brasil. Trabalhou com atendimento à imprensa no Banco, e com comunicação interna, redes sociais e imprensa na Fundação BB. Jornalista, escreveu em jornal e revista no Paraná e foi colaborador da revista Piauí. Tem dois prêmios Aberje.

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