Inovação da Comunicação Interna: na técnica e na atitude?
Muito se tem falado das aceleradas inovações em diversos campos e na Comunicação não é diferente. Inovações tecnológicas ganham destaque nas organizações e têm transformado as formas de trabalho, das relações, dos processos e dos comportamentos dos indivíduos. Mudanças que afetam as organizações e exigem um olhar diferenciado para o ambiente externo e interno.
Esse fenômeno da sociedade moderna envolve adaptar-se a essa nova realidade. No que tange à Comunicação Interna, as inovações permeiam seus canais, instrumentos, práticas e até políticas com o público interno. Novas possibilidades, novas formas de se comunicar. Mas será que essas transformações permeiam somente as técnicas e tecnologias ou perpassam também pelos comportamentos e atitudes?
Retomemos as formas de comunicação, que até hoje são usualmente tipificadas em meios impressos, eletrônicos/digitais e face a face. Os meios digitais foram os que mais evoluíram na perspectiva da instrumentalização dos veículos de comunicação. Eles possibilitam inúmeras soluções de circulação das informações e interatividade.
Nessa direção, vejamos a gama de opções que as organizações podem implantar, desde os mais simples meios até plataformas mais complexas:
– SMS (short message corporativo por meio de aparelhos celulares);
– Whatsapp (aplicativo de chat para grupos intra ou inter áreas);
– Wall paper nas telas dos computadores;
– Email marketing;
– Newsletter online, em diversos formatos;
– Webcast (transmissão de áudios e vídeos);
– Mural digital;
– Reuniões por videoconferência com equipamentos moderníssimos que simulam a situação real do encontro;
– Universidade corporativa com cursos e treinamentos a distâncias, ebooks, games empresariais, dentre outros;
– TV Corporativa;
– Blogs (muito usual o “blog do Presidente”);
– Chats e grupos de discussão;
– Intranets 3.0 (com funcionalidades acompanhando a terceira onda da Internet, colaboração e uso mais inteligente do conhecimento);
– Redes sociais internas.
(ufa!)
Lembrando que todos esses meios podem ser customizados em termos de periodicidade, público e formato. E que essas diversas possibilidades podem ser acessadas em qualquer lugar em que o colaborador estiver, dentro ou fora da empresa, via dispositivos móveis (smartphone, tablet, netbook, notebook, ultrabook, laptop…). Isto é, os meios de comunicação interna ultrapassaram as divisórias e paredes das organizações e podem chegar em tempo real a diversas pessoas.
Com a evolução tecnológica, vieram, portanto, novos canais de comunicação bem como meios tradicionais repaginados. Alguns desafios acompanham essa evolução: ter verba e “braços” para gerir tantos meios; contemplar o público operacional; ter dinamicidade e atratividade inerentes a esses veículos e, claro, uma gestão sistêmica da comunicação.
No entanto, o maior e mais antigo desafio para a Comunicação, para os gestores e para os profissionais não pode ser deixado de lado frente a esse tsunami digital: a comunicação direta, presencial, face a face. Essa, sim, é um baita desafio diário. Afinal, o processo comunicativo é algo vivo, dinâmico, complexo, criador de sentidos e de relações. Envolve transferência e compreensão de significados, realização e renovação da cultura e conflitos, um bocado de conflitos. Isso, sim, requer dinamismo e habilidade!
Então, quando falamos em inovação na área de comunicação interna, nos referimos apenas a instrumentos, recursos e mídias? Ou também a processos, comportamentos e atitudes? Ao implantarmos uma super mega power intranet 3.0 estamos preparados somente para os seus desafios tecnológicos? Ou o horizonte do debate, da interação humana e da transparência serão contemplados?
Mais que inovação na técnica, precisamos cuidar do real sentido da conexão entre as pessoas.
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