04 de agosto de 2016

Talk the Walk.

Falar sobre a nossa caminhada de forma transparente, falar e agir de maneira coerente gera mais credibilidade para a marca. Seja ela a marca de uma empresa, de um governo ou mesmo a nossa marca individual.

Agregar valor e buscar resultados a qualquer custo levou muita empresa, muito gerente e muitos meros mortais a inflacionarem seus discursos e a exagerarem qualidades, nem sempre existentes. A guerra do mercado sempre competitivo e a luta pela captação de clientes deixou as organizações mais…mentirosas. Se falar bem de si mesmo virou o mantra da propaganda empresarial, as pessoas seguiram pelo mesmo caminho e bombaram seus currículos e foram vender seu peixe no mercado de trabalho. Aparentemente tudo era lindo e todos eram vitoriosos naquele planeta do marketing. As técnicas para seduzir consumidores e clientes viraram a senha para ludibriar investidores e também para enganar eleitores. Esse modelo tornou os relacionamentos mais parecidos com uma mesa de poker, cheia de blefes, show de efeitos e cores, palavras ensaiadas, gestual ensaiado. Neste ambiente, ficamos todos mais brutalizados pois escravos da imagem e condicionados ao formato dessa embalagem,  perdemos a essência. Esquecemos o sentido, o ser real. Bonitos por fora, esvaziados por dentro mas com discursos perfeitos, exageramos nas vantagens e deliramos no narcisismo. O mundo contudo, cansou dessa modernidade feita de maquiagem pesada e pediu para resgatar a sinceridade no âmbito comercial, na esfera dos governos e principalmente das relações. Tornou-se vital resgatar o humano espontâneo e sincero na jaula dos macaquinhos. Tornou-se essencial contar narrativas verdadeiras para se aproximar de um prospect desconfiado com tanta cortina de fumaça criada pela publicidade profissional e por truques do PR digital, bem como pelas chicanas dos advogados. A falsidade das historinhas foi parar nas folhas do código de defesa do consumidor, nas ouvidorias e canais confidenciais internos e externos das empresas, bem como em processos trabalhistas. Sem contar o MP.

Falar sobre a caminhada de forma alinhada aos valores e ao cumprimento da missão da empresa, sem medo de defender seus pontos de vista ganhou pontos em quesitos como coerência, credibilidade e reputação. Ampliou o prazo de validade da empresa, do produto, do serviço e abriu novas frentes de conversa bem como mais espaço no coração das pessoas e sim,   gerou mais resultados! Falar em sintonia ao que se faz mostra um compromisso com a sustentabilidade. Preserva vínculos e aumenta a confiança, atributo em falta nas prateleiras. Falar sobre a nossa caminhada de forma transparente, falar e agir de maneira coerente gera mais credibilidade para a marca. Seja ela a marca de uma empresa, de um governo ou mesmo a nossa marca individual! O talk the walk inspira e alarga a estrada para o futuro.Trata-se de um aprendizado, mas vale apressar o passo pois este processo seletivo começou e os reprovados ficarão falando sozinhos.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Luiz Antônio Gaulia

Jornalista. Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio. Especialista em Comunicação Empresarial pela Syracuse University/Aberje. Pós-graduado em Marketing e em Comunicação Jornalística. Ex-Gerente de Comunicação da CSN - Cia. Siderúrgica Nacional e da Alunorte (PA). Atuou no O Boticário e no Grupo Votorantim. Realizou projetos de comunicação corporativa e sustentabilidade para a VALE, a Light, Petrobras, Ajinomoto e Norsul. Foi Gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade do Grupo Estácio. É Diretor da Race Comunicação e professor da FGV Rio e da ESPM SP.

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