13 de julho de 2016

Sobre a inteligência estratégica nas empresas

Os contextos econômicos, políticos, regulatórios, tecnológicos ou sociais estão estreitamente interconectados, e uma má interpretação desta complexa realidade pode levar empresas e organizações a decisões equivocadas. Para evitar esta situação, devemos melhorar nossa capacidade de estabelecer uma imagem autêntica da realidade e, sobretudo, de como esta pode afetar o futuro da companhia.

A história de inúmeras companhias, algumas desaparecidas por não terem interpretado corretamente a informação e o contexto competitivo, e outras que souberam manter-se, frente a mudanças vertiginosas, fazendo uso da informação como fator de transformação, nos demonstram que o conhecimento e a antecipação durante a tomada de decisões possui, na atualidade, um valor incalculável para toda organização que deseja competir nas melhores condições.

Mas não tenha dúvida: a empresa precisa ser capaz de elaborar decisões inteligentes, que consistem em inserir suas decisões nos contextos sociais, políticos, econômicos e culturais onde irão obter os maiores benefícios, entendidos não apenas em sua acepção estritamente material ou monetária, mas ainda em termos muito mais amplos, que são os de gerar valor compartilhado. A inteligência das empresas consiste na acumulação de conhecimentos de diferentes naturezas, em seu processamento e análise e na adoção de decisões coerentes com as conclusões que possa ter sido obtido deste processo de reflexão.

 

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Os mercados abrigam mais novidades pela entrada e saída de novos agentes do que pela transformação das empresas que já estão nele. A vantagem mais sustentável que cabe aspirar é a superioridade no processo de tomada de decisão e a alimentação destas com a melhor inteligência. A boa inteligência – conhecimento vinculado à tomada de decisões – é uma combinação afortunada de absorção e de ação, orientada a apoiar a empresa na execução do seu objetivo alimentando sua capacidade de adaptação.

Terão melhor inteligência aquelas empresas cujos membros sejam todos captadores e usuários de inteligência, onde esta é distribuída para aqueles que podem fazer bom uso dela, e onde se priorize o necessário em cada momento para armazenar o potencialmente interessante no futuro. O valor da inteligência é dado pela contundência com que reforça a capacidade da empresa de tomar medidas necessárias para enfrentar o futuro e evoluir.

Há pelo menos três falhas de inteligência que podem acometer as empresas, ainda que não falte informação: que não cheguem ao lugar certo, que mesmo estando no lugar certo não se empreenda a ação necessária ou que não seja realizada a tempo.

Até o final dos anos 70, o foco se limitava à captação de dados. Na década de 80, surgiu a análise setorial. Uma década mais tarde, se incorporaria o estudo do processo de tomada de decisão e seu impacto sobre os resultados corporativos. Finalmente, foi incorporado o estudo do comportamento humano e seu impacto sobre a geração e a circulação da informação capaz de ser transformado em inteligência. Deslocou-se a atenção dos dados brutos para a geração de perguntas. A potência das respostas vem determinada pela pertinência de nossas perguntas, pois estas delimitam o campo de nossa compreensão da realidade que, por sua vez, vem condicionada pela qualidade da nossa inteligência prévia.

Esta sensibilidade ao fator humano é apenas uma das razões pelas quais a inteligência competitiva vai muito além dos estudos de mercado. Ela é um processo cíclico e interativo, que embora se alimente de informação, busca identificar lacunas de conhecimento e captar sinais do ambiente. Aspira identificar oportunidades e reduzir incertezas. Onde estudos de mercado se concentram no presente, a inteligência competitiva projeta-se em direção ao futuro, mas sem deixar de rever o passado.

Para saber mais sobre uma abordagem inteligente no tema, recorra à revista UNO, publicação da consultoria internacional Llorente&Cuenca, em que diretores internos e convidados externos analisam temas relacionados ao mundo da comunicação. A edição 19 foi dedicada à “Inteligência Estratégica e Empresas: conhecer, compreender, agir, influenciar”.

 

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Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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