10 de setembro de 2016

Quantos erros é aceitável um jornal cometer?

Essa pergunta me surgiu ao ler hoje a Folha. Sendo sábado, tive mais tempo para a leitura e, também, para anotar os problemas que encontrava.

Obviamente, não li tudo. Nem todos os temas me interessam, portanto deixei de lado várias matérias e alguns artigos de colunistas. Em alguns textos, dei uma olhada rápida, sem me deter em todo o conteúdo.

Mesmo assim, impressionei-me com a quantidade de erros que coletei. Nem considerei problemas com pontuação (especialmente com as vírgulas), para não inflar o número.

Concordância, trechos em que faltam palavras, repetição de termos dentro da mesma frase, uso do verbo incorreto para a situação, problema de digitação: há um pouco de tudo. Separei oito para mostrar aqui, todos da mesma edição.

Erro 1: “dois anos e meios”. Nem preciso explicar qual é o problema. Espero que tenha sido um erro de digitação e não uma tentativa de fazer a concordância de “meio” com “dois”.

foia1-meios

Erro 2: “estavam as e atuar”. Provável falha na digitação, em que um “d” foi esquecido.

foia-as-e

Erro 3: “na chuva de e ainda aguarda”. Faltou incluir a data após o “de”. Erro comum: escrever e deixar para completar um dado depois, mas se esquecer.

foia-faltou-algo2

Erro 4: “Leite pode reação alérgica”. Faltou um verbo entre “pode” e reação”: causar, provocar, motivar, gerar.

foia-leite-pode

Erro 5: “2/3 das pessoas apresenta”: erro básico de concordância. Tanto 2/3 quanto pessoas exigiriam o verbo no plural.

foia-concordancia-dois-tercos

Erro 6: repetição de “analisar” duas vezes na mesma frase. O entrevistado pode até ter falado assim, mas isso precisaria ter sido corrigido pelo redator. Caso quisesse manter a fala original, deveria ter inserido, entre parênteses, o termo latino “sic” (que significa assim mesmo), para indicar que o erro não era do jornal.

foia-analisar-analisar

Erro 7: repetição de “após” duas vezes na mesma frase. Bastaria usar “depois de” como substituto de algum deles.

foia-apos-apos

Erro 8: uso do verbo incorreto para a situação. Não é adequado usar “agravou a entrada de ajuda humanitária”. Melhor seria “prejudicou” ou “afetou”.

foia-agravou

Em tempo: pelo que tenho visto, o problema não se limita à Folha. Foi ela a minha vítima de hoje, mas os demais tampouco merecem menção honrosa nesse quesito. Revisão faz falta!

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