03 de julho de 2016

O que é uma empresa humanizada?

Carinho, amor, alegria, autenticidade, empatia, emotividade, afeto… Não, você não chegou no blog errado. Não é um espaço da tão combalida auto-ajuda, tampouco um canal para fazermos algumas retomadas de comportamentos (valorizados) do passado. #ficaadica:  preste atenção para este conjunto de ideias no mundo dos negócios, e sobre quem vai sobreviver a toda esta crise.

 

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O surgimento de modelos gerenciais que viabilizem esta perspectiva, com empresas capazes de envolver e mobilizar pessoas (de dentro e de fora do seu âmbito) em prol da construção de um futuro melhor para elas e para a sociedade, vai fazer recriar o ambiente empresarial e a percepção pública sobre a iniciativa privada. Afinal, quando se introduz a comunicação na esfera das organizações, o fator humano, subjetivo, relacional e contextual constitui um pilar fundamental para qualquer ação comunicativa duradoura e produtiva, como bem raciocinou Margarida Kunsch. Ela é organizadora da excelente coletânea A comunicação como fator de humanização das organizações. Assim, há uma abertura de espaço para a comunicação verdadeira, de valorização de interlocutores, sua integração no ambiente, com possibilidade de criação e revelação de vocações e talentos, assim como para a reinvenção do sucesso e da lucratividade como objetivos de grupo, portanto realmente sustentável como já pregam discursos institucionais.

Humanizar as relações de trabalho é reconhecer verdadeiramente a empresa como um organismo, e não como um mecanismo. Portanto, está sujeita a variáveis emocionais e subjetivas e bastante vinculada a possibilidades de expressão para oxigenação dos comportamentos e das performances – o que se dá, em grande parte, pelo compartilhar de histórias entre seus membros.

Raj Sisodia cunhou o termo “firms of endearment”, explicando ser uma empresa amada pelos stakeholders aos trazer interesses de todos para alinhamento estratégico. São empresas que atendem às necessidades funcionais e psicológicas dos stakeholders, de maneira que encatam e produzem afeto e lealdade. Dá para querer mais? Então, é hora de valorar os ativos intangíveis sim, mesmo num mundo em que a realidade parece sobrepujar tudo.

 

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* falo um pouco neste panorama em meu livro “Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação”, que vai ser lançado em evento na Livraria Cultura do Conjunto Nacional na Avenida Paulista em São Paulo/SP a partir das 19h do dia 11 de julho de 2016. Espero você lá!

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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