A organização viva

Arieu de Geus foi Diretor de Planejamento da Shell e escreveu o livro “The Living Company” em 1997 e após vinte anos, suas ideias continuam atuais. Empresas não são um amontoado de máquinas, matéria-prima e recursos financeiros mas verdadeiras “comunidades vivas de trabalho“. Em tempos de turbulência política e econômica, é preciso resgatar este autor e perceber que é a energia das pessoas que movimenta a dinâmica corporativa afetando resultados no curto e no longo prazo, bem como reforçando ou depredando valores. Organismos vivos são marcados não pelo batimento dos ponteiros do relógio, mas pelo batimento de seus corações. Energia em movimento.
Palavras são fluxos de energia e é por isso que a comunicação possui não só uma responsabilidade formal e burocrática de entrega de dados e informações, mas a missão de orientar essa rede de conversas corporativa no sentido de abrir espaços para o potencial de cada pessoa, dar voz e ouvidos aos empregados em seus diferentes locais de trabalho. A comunicação com e entre os empregados tem o poder de reforçar ou desconstruir valores através dos exemplos individuais que dão vida à organização. Pessoas empoderadas e reconhecidas são os agentes da alta performance e é essa disposição que cria empresas duradouras, capazes de inovar e se transformarem ao longo dos anos. Segundo Arieu de Geus, companhias como a multinacional finlandesa Stora Enso ou a japonesa Mitsui.
Se a mudança é uma das únicas certezas que podemos ter em nossas vidas, os espaços corporativos também são campos impactados pela força da mudança. Diferentes áreas dirigidas por diferentes gestores devem ser entendidos como microcosmos de um mesmo universo. Um universo caótico, com certeza pois a vida é caos e mudança por mais que tentemos controlar seu rumo. Nas empresas não seria diferente e o jeito como as pessoas se expressam, conversam e agem produzem narrativas de comunicação interna capazes de moldar o imaginário coletivo organizacional, bem como influenciar o alcance de metas e de resultados.
Nesse sentido, ainda encontramos diversas empresas cujos dirigentes as percebem como máquinas, incapazes de mudar ou de entender que a energia de seus empregados e os fluxos de comunicação interna são processos completamente opostos ao desejo de controlar as pessoas como se fossem peças mecânicas, simples crachás ambulantes ou head count na folha de pagamento. A própria insistência em definir a área de gente como de “recursos” humanos ainda comprova essa visão ultrapassada. A empresa enquanto uma comunidade viva é o futuro que chegou apesar de muitos gestores ainda não terem se dado conta dessa grande mudança na dinâmica dos negócios e de suas relações.
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