Tendências da Comunicação Interna 2025 aponta segmentação e protagonismo das lideranças como principais tendências

A Aberje apresentou na manhã de terça-feira (25), os resultados da pesquisa “Tendências da Comunicação Interna 2025” em uma live transmitida pelo canal da instituição no YouTube. Em sua 9ª edição, o estudo, realizado pela Ação Integrada, reuniu respostas de 215 empresas de diferentes portes e setores espalhadas pelo Brasil – com destaques para o ramo da energia. O levantamento ouviu profissionais de diferentes cargos, com 68% dos respondentes em posição de gestão e 46% deles trabalhando há mais de 11 anos na comunicação interna. A íntegra da pesquisa está disponível para os associados da Aberje.
A apresentação contou com a participação de Adevani Rotter, presidente da Ação Integrada; Camila Matta, gerente de Comunicação Interna e Employer Branding para a América Latina no Electrolux Group; Heloisa Sassaki, supervisora técnica de Comunicação Interna da Volkswagen do Brasil; e Isabela Ferreira, gerente de Comunicação Corporativa na Leroy Merlin Brasil. A mediação ficou a cargo de Douglas Cantu, gerente de Eventos da Aberje.
Tendências e desafios da comunicação interna para 2025
Logo no início da live, Adevani Rotter, da Ação Integrada, destacou uma série de pontos da pesquisa. Entre as principais tendências apontadas pelo levantamento, destacam-se a intensificação da segmentação das narrativas (47%), o maior uso da linguagem audiovisual (45%), a promoção da transparência por meio de mensagens mais claras (44%) e a valorização das emoções para fortalecer o vínculo entre empresa e colaborador (43%).
A pesquisa apontou que um dos maiores desafios para os profissionais da área será o engajamento da liderança como comunicadora (59%), seguido pela necessidade de comunicar estratégia e cultura da empresa (51%), fazer a informação chegar aos públicos operacionais (42%) e aprimorar a mensuração e a gestão de dados na comunicação interna (41%). O estudo também indicou que a mensuração ainda é um obstáculo. Uma minoria dos profissionais investe tempo na avaliação de impacto das iniciativas de comunicação interna, o que limita o aprimoramento das estratégias.
Os resultados da pesquisa também revelaram uma crescente adoção de canais como WhatsApp para comunicação interna, enquanto formatos mais tradicionais, como e-mail, newsletters e intranet continuam sendo amplamente utilizados.
A comunicação interna como vetor de cultura e engajamento
A pesquisa reforça o papel central da comunicação interna na construção da cultura organizacional e no fortalecimento do engajamento dos colaboradores. Para 86% dos participantes, o principal objetivo da área é criar um ambiente onde os colaboradores se sintam valorizados e energizados. Além disso, 78% destacam a importância de garantir clareza sobre a estratégia da empresa, para que os funcionários estejam alinhados e engajados.
Ao mesmo tempo, a área lida com a falta de mão de obra devido aos times pequenos. Na maioria das empresas respondentes (79%), as equipes têm até 6 colaboradores, e 54% delas trabalham apenas com equipe interna.
A relação entre cultura organizacional, engajamento e desempenho das empresas também foi enfatizada por Adevani Rotter, que trouxe dados de uma pesquisa da McKinsey indicando que a satisfação no trabalho está diretamente ligada ao relacionamento dos colaboradores com suas lideranças.
Diante desse cenário, as iniciativas que envolvem os líderes como comunicadores ganham relevância, incluindo eventos de alinhamento, treinamentos e ações para o desenvolvimento de gestores como porta-vozes internos. “Alguns líderes da operação ainda enxergam a comunicação como mais um trabalho. Precisamos mostrar o que eles ganham com isso”, afirmou Adevani Rotter, ressaltando que a comunicação corporativa precisa mudar sua abordagem para conquistar as lideranças. “Nosso papel é ser o elo que fornece as ferramentas e insumos para que os líderes assumam essa responsabilidade”, concordou Camila Matta, explicando que a comunicação tem papel fundamental no desenvolvimento dos gestores como comunicadores. Na Leroy Merlin, esse potencial das lideranças para a comunicação não passou despercebido. “No ano passado, nós fizemos media training com 100% dos diretores, inclusive para que saibam se comunicar com outras pessoas – não só com a imprensa”, contou Isabela Ferreira. “Nós temos uma trilha de desenvolvimento para a liderança em que a comunicação está envolvida em todo o processo, com processos e rituais para capacitar líderes e dar mais segurança a eles”, explicou. “A liderança é o canal principal onde as pessoas vão ter informação de credibilidade”, explicou Heloísa Sassaki.
Em um momento histórico em que até cinco gerações convivem juntas nas organizações, as participantes também chamaram atenção para a necessidade de tornar a comunicação mais acessível para as diferentes faixas etárias que compõem o ambiente corporativo. “Em algumas ações da Volkswagen, contamos com o apoio dos jovens da geração Z para traduzir e desmistificar temas para os demais colaboradores”, relatou Heloisa Sassaki. Segundo ela, o envolvimento da Geração Z na produção de conteúdo interno tem se mostrado uma estratégia eficaz. Adevanio Rotter lembrou, porém, que é preciso atenção. “A comunicação é diferente para as diferentes gerações”, afirmou.
Perspectivas e desafios para a área
Com equipes cada vez mais enxutas, os profissionais de comunicação interna precisam desenvolver múltiplas habilidades para equilibrar execução e estratégia. Camila Matta reforçou a importância do pensamento analítico. “Ter um time orientado a dados nos permite sair da execução e atuar de forma mais consultiva, ajudando a construir estratégias mais eficazes”, explicou.
Para Isabela Ferreira, a capacidade de escuta e adaptação são diferenciais essenciais. “Precisamos ser facilitadores, oferecendo recursos e suporte às áreas de negócio”, destacou. “Temos que contar histórias que ressoem tanto dentro quanto fora da empresa”, continuou, lembrando da importância de integrar comunicação interna e externa, alinhando mensagens para todos os públicos.
“A principal competência em comunicação é a escuta; mais do que falar, temos que escutar. Temos que conhecer o público e suas aspirações para modelar a conversa”, afirmou Adevani Rotter ao final do evento. “Precisamos pensar como aumentar nosso impacto com a nossa influência sobre outras áreas e sobre nosso time”, concordou Camila Matta. Heloisa Sassaki, da VW, também reforçou a importância da inovação para gerar valor.
“Precisamos ampliar nossa rede de comunicadores, temos que multiplicar informações nesse sentido: comunicação é conexão”, concluiu Adevani.
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