Na era da “verdade delivery”, empresas também enfrentam abismos comunicacionais

Durante o Aberje Trends, realizado na última quinta-feira (26) no Teatro Bravos, em São Paulo, a criadora de conteúdo digital Sheylli Caleffi trouxe uma provocação urgente: o que é verdade em um mundo onde diferentes subculturas digitais constroem realidades paralelas – e como isso afeta a comunicação dentro das empresas? Especialista em comunicação e oratória, Sheylli explorou o tema na palestra “A morte da verdade: como a série ‘Adolescência’ revelou ao mundo um abismo comunicacional entre gerações e subculturas digitais que também estão na sua empresa”.
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Na palestra, Sheylli partiu da série da Netflix para lançar luz sobre tensões que ultrapassam o universo ficcional. “Ninguém sai de casa para se comunicar mal”, afirmou, destacando que os ruídos entre gerações e grupos não são fruto de má intenção, mas de referenciais distintos. Para ela, o pano de fundo da série é a tensão entre dois desejos humanos fundamentais: pertencimento e autenticidade. “Pessoas querem pertencer, não necessariamente querem ser autênticas”, disse.
A palestrante também alertou para o avanço da chamada “machosfera” – conjunto de influenciadores que reforçam discursos misóginos – como exemplo de subcultura que forma sua própria lógica de verdade e engajamento. Em ambientes onde a ética e a verdade parecem opcionais, o que prevalece são argumentos moldados à conveniência. “Contra fatos, as pessoas fazem muitos argumentos”, pontuou, nomeando esse fenômeno de “verdade delivery”.
Ao relacionar esses temas ao cotidiano das organizações, Sheylli alertou para os riscos de ignorar os diferentes códigos culturais que coexistem entre colaboradores, especialmente entre gerações. “As bases das pessoas são diferentes”, disse. Compreender essas bases é, segundo ela, essencial para construir pontes comunicacionais mais sólidas dentro e fora das empresas, considerando as diferentes gerações que compõem as equipes das organizações e as múltiplas maneiras que elas têm de se relacionar entre si e umas com as outras.
Sheylli ressaltou ainda a dificuldade crescente de transitar entre os mundos virtual e real, citando o psicólogo Jonathan Haidt: “Experiência corporificada tem custo de entrada e de saída”. A frase lembra que interações presenciais exigem um esforço emocional e social que nem todos estão dispostos a enfrentar, especialmente após a hiperconectividade das redes.
O Aberje Trends 2025 contou com patrocínio da Arcelor Mittal Brasil, Arcos Dorados, BASF, Bayer Brasil, BHP, Gerdau, Itaú, Latam Airlines, Novo Nordisk e Stellantis, com apoio da Cortex, CPFL Energia, Prospectiva Public Affairs Latam, Vivo e Tetrapak, e media partner da Propmark.
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