Velhos problemas, novo olhar para soluções

Nos últimos 2 anos, os convites para eu falar sobre temas pertinentes à comunicação interna nas organizações, além de participar de webinars e eventos do segmento aumentaram consideravelmente. Para mim, é motivo de muito orgulho, pois é sempre uma oportunidade de troca e partilha de aprendizados e expertise, não só minha, mas da P3K. Afinal, lá se vão quase 20 anos dedicados a esse tema. Fico ainda mais feliz por poder me conectar com profissionais e novas organizações, cada uma com seus desafios específicos.
De forma geral, esses momentos também são importantes para perceber que os problemas, dores e dificuldades são recorrentes, antigos e não resolvidos. Isso, no entanto, não é segredo para ninguém, pois temos tudo muito bem evidenciado pela pesquisa de Tendências em Comunicação Interna da Aberje, realizada anualmente, onde os principais desafios estão no topo da lista há anos. Um exemplo é o de “engajar a liderança comunicadora”, que pelo 9º ano consecutivo está em primeiro lugar.
Então me pergunto: Será que estamos tentando resolver problemas que, na verdade, não são solucionáveis em sua totalidade? Será que estamos olhando por uma perspectiva equivocada que nos leva a conclusões míopes sobre esses temas? Sinceramente, acredito que sim!
Por onde venho passando, tenho falado sobre isso. Acredito que precisamos mudar a perspectiva e buscar primeiro entender a necessidade das pessoas para, aí sim, olhar para os processos. Na comunicação interna, vejo que precisamos superar o operacional, focado somente em canais, campanhas e demandas das áreas, para tratar as expectativas, necessidades, emoções e comportamentos humanos. Só assim é possível se conectar com a estratégia e necessidades da organização.
Você pode estar se perguntando se eu estou recomendando inverter as prioridades. Como assim colocar as pessoas antes da empresa? A resposta aqui não é binária: sim ou não. É bem mais complexa. As empresas não existem com a ausência das pessoas. CNPJs não alcançam resultados sem pessoas por trás das decisões e ações. Então a minha recomendação é buscar a maior convergência de interesses e expectativas possível.
Por meio de uma estratégia de comunicação com visão de negócio e olhar para as pessoas, podemos proporcionar esse alinhamento entre CNPJs e CPFs, que de fato possam contribuir para a felicidade das pessoas no trabalho e, consequentemente, engajá-las nos objetivos estratégicos das organizações, que impactam nos resultados financeiros esperados pelos acionistas.
Na última edição do SXSW, Laurie Santos – professora de psicologia da Yale University – trouxe o tema “felicidade impulsiona a produtividade e o lucro”, defendendo que com a gestão das emoções e do tempo, alinhamento do trabalho com os valores pessoais, relações saudáveis e respeitosas e maior senso de pertencimento, as pessoas geram mais resultados.
Precisamos olhar para os problemas recorrentes sob outra ótica para, ao menos, nos certificarmos de que estamos focando naquilo que realmente importa. Precisamos ser intencionais para de fato transformar a realidade por caminhos alternativos e não tão óbvios. Para isso, requer coragem e uma ampliação de consciência, senão estaremos fadados, nos próximos anos, a continuar nos deparando com velhos problemas insolucionáveis
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