Boatos e fake news nas empresas – como gerenciar?
*Por Isabela Pimentel para Aliança Aberje de Combate às Fake News
As crises não nasceram com as redes sociais, mas, é fato que a estrutura em rede e a participação ativa dos influenciadores aumentaram a velocidade de propagação de notícias, sejam elas verdadeiras ou não.
Crises baseadas em informações falsas ou fake news ocorrem quando um texto, noticia, boato ou postagem falsa rapidamente atingem altas taxas de compartilhamento e engajamento por parte do público, que não apenas lê a mensagem, mas muitas vezes a compartilha ( sem uma checagem atenta e crítica). E essa viralização não ocorre apenas nas redes digitais, mas nas redes de comunicação corporativa. Nenhuma empresa está livre de passar por situações assim.
Devido ao grande volume de informações que circulam na internet, também se verifica o aumento dos boatos. As empresas citadas na noticia falsa ou no caso relatado no boato, então, precisam interceder sempre, de preferência, nos estágios iniciais da crise, antes que a versão incorreta e não oficial ganhem ainda mais alcance e visibilidade em sites e redes sociais.
Comentários negativos, críticas e informações incorretas não devem ser ignorados pelas empresas que realmente se preocupam com sua imagem e reputação
Cada empresa deve criar um plano de gestão de crise ,elegendo temas que são sensíveis para seu negócio e área de atuação, e a partir dessa eleição, criar o chamado mapa de risco,que relaciona o impacto e a probabilidade de um evento crítico se concretizar.
Como os boatos e fake news se espalham nas empresas ?
Os boatos tendem a crescer quando os conteúdos das notícias e postagens falsas envolvem temas sensíveis e que geram comoção e apelo dos leitores, como questões de saúde (produtos que causam mal,por exemplo), politica, atitude controversas de figuras públicas, escândalos sobre bens não declarados), erros e falhas em produtos, dentre outros.
Outro fator que amplia a difusão dos boatos é quando um influenciador digital compartilha essa informação não verídica e pelo seu grau de influência, muitas pessoas acreditam que tudo que ele compartilha é correto.
Diante do crescimento de boatos e do compartilhamento de informações falsas na internet, têm surgido diversos movimentos e iniciativas para diminuir tais índices.
Empresas têm investido em ferramentas para checagem de informações publicadas em sites e redes sociais. Nesse momento de pós-verdade, as empresas que querem preservar sua imagem e reputação devem investir em um trabalho ativo de planejamento, mapeamento de temas críticos e monitoramento de redes sociais e sites de notícias.
Estar na rede sem uma política de produção de conteúdo ativa ,planejamento e monitoramento é falta de visão .
Na era digital , em que consumidores, cidadãos e marcas interagem de forma tão próxima, monitoramento é a palavra chave para evitar e conter a propagação de notícias falsas e boatos.
Comunicação é um processo de diálogo que vai além de informar e enviar mensagens. Por isso, se a empresa quer ter uma comunicação saudável e desenvolver anticorpos contra boatos ou atenuar suas perigosas consequências, é fundamental estimular a cultura do feedback, promover conteúdos e campanhas que envolvam o colaborador em primeira mão e fazer parcerias com embaixadores e influenciadores internos.
Por trás de todo “ouvi dizer” há um “preciso saber”. Ainda que seja pouco provável extinguir os boatos nesses ambientes, dada sua natureza tão humana, podemos e devemos entender as motivações que os originam e seu fluxo de circulação, assim como mapear os graus de ruído e possíveis riscos envolvidos. E agir antes que eles se disseminem, provocando insegurança emocional e prejuízos aos funcionários e às companhias.
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