17 de abril de 2024
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Ogilvy Influencer Trends aponta como as marcas devem aproveitar a economia dos criadores

 

O relatório “2024 Influencer Trends” da Ogilvy oferece uma análise aprofundada das tendências emergentes de influenciadores que as marcas devem adaptar para aproveitar melhor a perspectiva da economia dos criadores. O documento destaca que há mais de 50 milhões de criadores em todo o mundo, sendo que dois milhões ganham a vida com a criação de conteúdo. Isto compreende um fluxo de receita coletivo significativo, e seu crescimento exponencial deve entusiasmar as marcas, pois apresenta um escopo considerável para o crescimento da receita.

É destacado o potencial inexplorado de seis tendências – employee advocacy, sonic influence, sports influence, live streaming, sustainable influence e IA hyper-personal. Três delas serão resumidas em itens específicos abaixo.

De maneira geral, aponta que a defesa dos funcionários apresenta uma oportunidade valiosa para as marcas se conectarem com o público por meio de programas em toda a empresa que educam os funcionários a expressar opiniões, através do LinkedIn e outras plataformas. Uma mentalidade empreendedora entre os funcionários vai além de reunir seguidores, oferecendo insights valiosos para públicos engajados.

O setor de marketing esportivo de 2024 terá um crescimento notável, com os Jogos Olímpicos de Verão de Paris, as Paraolimpíadas e a Eurocopa liderando os gastos com publicidade. Os atletas se tornarão figuras públicas mais multidimensionais e multifacetadas, causando um impacto significativo no bem-estar por falarem cada vez mais sobre problemas de saúde mental.

A transmissão ao vivo está surgindo como um formato autêntico e em tempo real para os criadores demonstrarem seus cotidianos e seus produtos, aumentando a receita. Os criadores estão indo além dos serviços baseados em assinatura para monetizar o público e alcançar um número mais significativo de assinantes por meio da transmissão ao vivo. O conteúdo de formato curto continuará a prosperar, mas o conteúdo de formato longo oferece uma alternativa inovadora para contar histórias, proporcionando experiências imersivas que vão além da participação em eventos físicos.

A IA oferece um potencial considerável para personalizar a experiência e criar uma plataforma bem integrada, o que antes era inatingível usando métodos reconhecidos. O material também destaca a importância da influência sustentável, apresentando uma oportunidade tangível para que as marcas criem conteúdo relacionável e informativo sobre questões ambientalmente conscientes, à medida em que mais consumidores buscam afirmações confiáveis e com respaldo científico.

Enfatiza ainda que, à medida em que os criadores e influenciadores continuam a se estabelecer como um fluxo de receita coletivo, é preciso conversar sobre a igualdade entre marcas, plataformas e criadores. A troca de valores deve funcionar de forma justa para as pessoas reais que conduzem o fenômeno para estabelecer o equilíbrio certo entre o reconhecimento da marca e a monetização do influenciador.

Para ter sucesso na influência personalizada, as marcas devem se adaptar a um cenário em evolução e criar experiências de interação, tendo a personalização como base. As marcas devem fazer parcerias com influenciadores que defendam suas mensagens e integrem práticas de sustentabilidade genuínas, informadas e inovadoras, ao mesmo tempo em que alcançam públicos por meio de esportes comunitários e outros meios.

EMPLOYEE ADVOCACY

Esta tendência envolve empresas que aproveitam o poder da influência dos funcionários para atingir novos públicos e aumentar o reconhecimento da marca. Ela promove a ideia de que os funcionários também são influenciadores por si mesmos e podem ser aproveitados para promover a mensagem, os valores e os produtos de uma organização.

Em sites profissionais como o LinkedIn, os funcionários agora podem compartilhar seus pensamentos e experiências com seu setor, explorando um público de nicho que não estava disponível antes. Ao fazer isso, eles se tornam um recurso de marketing significativo e inexplorado, especialmente nos setores B2C, com um enorme potencial de defesa autêntica que vem da crença em uma visão compartilhada.

O employee advocacy tem sido predominante no setor B2B, onde as marcas têm explorado e utilizado essa oportunidade, desenvolvendo e aproveitando programas para mobilizar os funcionários para o crescimento comercial. Os funcionários provaram ser vitrines que fornecem melhores indicações e garantias sobre a capacidade de uma marca de cumprir suas promessas. No entanto, quando se trata de B2C, as empresas mal estão tentando fazer isso, apesar do enorme potencial de crescimento e inovação. As empresas podem personalizar a experiência dos influenciadores internos com um sistema de suporte em camadas, criando o ambiente necessário e crucial para os capacitar e nutrir continuamente.

O relatório recomenda a criação de programas em toda a empresa que instruam os funcionários sobre como se expressar em várias plataformas, com orientação personalizada sobre onde pesquisar, como escrever e como crescer seus seguidores. Essa abordagem cria uma comunidade de especialistas agrupados com autoridade genuína, fornecendo suporte extra como impulsionamento, parcerias e oportunidades de RP, quando necessário. Alguns influenciadores internos de maior destaque podem ser estrategicamente selecionados entre os funcionários para campanhas de marketing da marca, criando conteúdo que promova a opinião natural. São ‘superestrelas’ que devem ser semeadas em todas as oportunidades de marketing em todos os canais e apoiadas com eventos, oportunidades de relações públicas e estímulo social.

Por fim, neste tópico há a recomendação de reconhecer cada vez mais que as opiniões pessoais das pessoas estão mais integradas com suas opiniões profissionais. O employee advocacy tornou-se um elemento essencial da estratégia, pois estudos mostram que há maior probabilidade de confiar em marcas que colaboram com as pessoas. E beneficia ainda a satisfação dos próprios funcionários.

SUSTAINABLE INFLUENCE

Esta tendência explora a intersecção da vida sustentável e dos influenciadores da mídia social como uma ferramenta para criar mudanças. A tendência destaca a crescente influência da mídia social e o poder que ela tem de moldar o discurso público sobre sustentabilidade. O relatório mostra que 78% das pessoas dizem que são influenciadas por influenciadores para adotar práticas mais ecológicas. O relatório ilustra as maneiras pelas quais os influenciadores estão surgindo como agentes fundamentais na mudança do comportamento do consumidor em direção a escolhas mais sustentáveis.

Traz uma crítica à prática do greenwashing e destaca a necessidade de os influenciadores agirem com responsabilidade e educarem o público sobre práticas sustentáveis. O documento sugere que os influenciadores devem estar atentos à sua própria pegada de carbono e devem trabalhar apenas com marcas que compartilhem seus valores sustentáveis. E argumenta que as marcas devem colaborar com influenciadores que estejam genuinamente comprometidos com a sustentabilidade e que a pratiquem em suas vidas diárias. O relatório também sugere que as marcas forneçam aos influenciadores informações confiáveis e com respaldo científico para ajudá-los a comunicar as complexas questões ambientais.

Explora ainda o importante papel das estratégias de presentear influenciadores na formação da percepção pública da sustentabilidade. O relatório argumenta que as marcas precisam adaptar e inovar suas estratégias de presentes para se alinharem melhor com as metas de sustentabilidade. Por exemplo, as marcas podem considerar embalagens sustentáveis, produtos ecologicamente corretos e presentes experimentais.

De modo geral, a tendência do Influenciador Sustentável destaca a responsabilidade que os influenciadores de mídia social têm em moldar a opinião pública e o comportamento para escolhas mais sustentáveis. As marcas podem fazer parcerias com influenciadores que pratiquem o que pregam e forneçam a eles informações confiáveis e com base científica para comunicar questões ambientais complexas.

AI INFLUENCE HYPER-PERSONAL

Esta tendência explora os recentes avanços da inteligência artificial (IA) e seu impacto no marketing de influência. O relatório mostra que 63% dos profissionais de marketing planejam usar ferramentas de IA em suas campanhas de influência, sendo que outros 25% estão considerando essa possibilidade. Esta seção se concentra na visão do Meta para o futuro, em que o consumo de conteúdo é totalmente personalizado e os influenciadores assumem a forma de Personas de IA hiperpersonalizadas, levando a uma forma de influência confiável e única.

O relatório explora a nova era de interações personalizadas e individuais, em que os usuários podem se envolver com versões virtuais de seus influenciadores favoritos, com AI Personas como ‘Billie’, uma gêmea digital de Kendall Jenner, proporcionando aos usuários uma experiência de influenciador diferente. E argumenta que os influenciadores com IA não existem para substituir os influenciadores humanos, mas criam uma nova era de relacionamentos com influenciadores, em que experiências imersivas e interações sob medida com avatares virtuais hiperpersonalizados se tornarão a norma. Estas conexões facilitadas por IA têm o potencial de aprofundar os relacionamentos com os consumidores e aumentar a credibilidade de determinadas campanhas.

A tendência AI Influence Goes Hyper-Personal fornece um modelo para as marcas que buscam integrar AI Personas em suas estratégias de marketing para evitar serem deixadas para trás pelo progresso tecnológico. Essa tendência demonstra o imenso potencial da IA para criar mudanças transformadoras e ajudar as marcas a estabelecer relacionamentos mais profundos com seus públicos.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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