05 de maio de 2022
BLOG Democracia e Comunicação

Chegada do 5G promete ser disruptiva e literacia digital da força de trabalho deve ser prioridade

 

No mundo empresarial, há dois tipos de empresas: aquelas que estão capacitando seus funcionários para a transformação digital em curso e aquelas que terão que capacitá-los muito em breve. Não importa em qual grupo sua empresa esteja, é bem provável que a chegada do 5G – internet móvel de altíssima velocidade – mude (quase) tudo que você conhece no digital.

O avanço das tecnologias 2G, 3G e 4G incorporaram novos usos da internet e de dispositivos digitais, assim como novos protocolos culturais de uso, principalmente com a massificação de dispositivos móveis. O crescimento de conteúdo multimídia e de vídeo (inclusive com alta resolução) é um dos impactos da melhoria da velocidade da internet. A conexão 24/7, não importa onde estejamos, também é resultado do avanço da tecnologia nos dispositivos móveis e na conexão à internet.

Mas especialistas apontam que as mudanças que o 5G vai trazer são ainda mais disruptivas. Temas como cidades inteligentes, internet das coisas e casas inteligentes devem avançar com mais rapidez, gerando usos diferenciados e fomentando o surgimento de novos produtos e serviços. As organizações devem se atentar ao fato de que estes não são apenas processos tecnológicos. Dizem respeito, essencialmente, a pessoas, já que são elas que farão usos mais (ou menos) inovadores a depender do grau de familiaridade com os processos e tecnologias envolvidos.

O desafio corporativo não é apenas conseguir se adiantar às novas tendências, mas também ter equipes prontas para fazer o melhor uso delas, tanto internamente quanto no diálogo com seus públicos externos – clientes, fornecedores, formadores de opinião e outros stakeholders de fora da organização.

Uma pesquisa do Gartner indica que, entre os maiores desafios para 2022, apontados por líderes corporativos ao redor do mundo, está a literacia digital da força de trabalho. Segundo o relatório do estudo, “negócios digitais bem-sucedidos requerem uma literacia para os dados por parte da força de trabalho e uma cultura data-driven para direcionar a mensuração dos resultados dos negócios”.

O Gartner aponta também que a área de data & analytics pode atuar como catalisadora de transformações mais profundas no modelo de negócios, na experiência do cliente, na tomada de decisão da organização, nas capacidades de atuação da empresa e em seus modelos de operação – este último, em especial, bastante dependente da cultura organizacional, que deve fomentar a literacia dos funcionários em relação a esses novos protocolos de produção e cultura.

Poucas tecnologias terão mais impacto na geração de dados do que o 5G. Com o aumento exponencial na velocidade de conexão, a internet será ainda mais presente – não apenas nos celulares e dispositivos móveis que nos acompanham por todos os lados, mas também em objetos dentro de casa, do trabalho e no dia a dia das cidades. Com a chegada do 5G, eles deixam de ser apenas objetos para virarem dispositivos conectados à internet ultra rápida, gerando dados em novos contextos e serviços que são hoje inexistentes.

É hora de gestores e tomadores de decisão empresarial escolherem se irão liderar essa nova onda ou ser engolidos pelo tsunami. E sua empresa, já decidiu de que lado vai estar?

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Marcela Canavarro

Marcela Canavarro é Jornalista com doutorado em Mídias Digitais pela Universidade do Porto e mestrado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua como pesquisadora na FGV DAPP e tem interesse por estudos sobre comunicação & dados, desinformação, práticas de comunicação no contexto do capitalismo informacional e ativismo em rede.

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