Nascemos Juntos: Uma História de Conexão e Evolução na Comunicação

Em outubro de 1967, nascia a Aberje. Eu chegaria três meses depois, em janeiro de 1968. É curioso pensar que, talvez, tenhamos sido concebidos quase ao mesmo tempo. Ela, fruto do amadurecimento de um campo profissional que buscava seu espaço. Eu, de uma família que acreditava no valor do trabalho e da palavra. Crescemos em tempos de profundas transformações, ambos observando e tentando compreender o Brasil que mudava diante dos nossos olhos.
Nos anos 70, ela já reunia vozes importantes que traduziam o espírito de uma nova Comunicação Empresarial. Eu, uma criança curiosa, via o país passar da euforia à incerteza. Vieram os anos 80, e a redemocratização trouxe à tona algo que se tornaria central para ambos: o poder do diálogo. A Aberje amadurecia como instituição formadora e eu buscava o meu caminho, ainda sem saber que nossas rotas se cruzariam mais adiante.
Em 1990, o encontro. Eu começava minha trajetória corporativa na Dow, em um setor que foi uma verdadeira escola de Comunicação e que ajudou a estabelecer padrões éticos, técnicos e estratégicos que até hoje ecoam. A Aberje já era, àquela altura, a grande referência que inspirava quem acreditava que comunicar era mais do que divulgar. Era compreender, conectar, transformar. Desde então, seguimos lado a lado, aprendendo com os mesmos movimentos da sociedade, enfrentando as mesmas crises e celebrando as mesmas conquistas.
Vivemos juntos as aberturas econômicas, as privatizações, o avanço da tecnologia, a ascensão das redes sociais, o reposicionamento das marcas e o despertar da responsabilidade socioambiental. Assistimos à Comunicação se expandir das paredes das empresas para o coração das pessoas. Aprendemos que reputação se constrói com coerência, que governança não é discurso, e que propósito não é slogan, mas prática.
A Aberje ensinou, e eu aprendi. Ensinou a olhar a comunicação como ciência e arte, a reconhecer o papel estratégico do relacionamento com stakeholders, a entender que sem confiança não há diálogo, e sem diálogo não há futuro. Ela me acompanhou em cada passo, não como uma instituição distante, mas como uma espécie de irmã mais velha, sempre à frente, abrindo caminhos, formando mentes, valorizando a ética e o pensar coletivo.
Hoje, olhando para trás, sinto um orgulho profundo por termos compartilhado esta jornada. Pelas vidas que se cruzaram, pelas ideias que amadureceram juntas, pelos valores que resistiram às modas e às pressões do tempo. A Aberje completa 58 anos. Eu sigo três meses mais novo, mas com o mesmo espírito de aluno, grato por tudo o que aprendi com ela, com seus mestres, com meus pares e com a comunidade que ajudou a construir.
Se há algo que me define, talvez seja isso: ter tido o privilégio de viver a era da Comunicação Corporativa ao lado da Aberje. Nascemos quase juntos, crescemos juntos, e continuamos, de algum modo, aprendendo juntos. Porque comunicar, afinal, é esse exercício permanente de escuta, respeito e evolução. E nisso, seguimos irmanados.
ARTIGOS E COLUNAS
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