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18 de agosto de 2025

Silêncio estratégico x silêncio culpado. A linha tênue em crises corporativas

Luis Alcubierre
 
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Em crises, o silêncio tanto pode proteger quanto corroer, e a diferença raramente está no volume da fala, mas no propósito, na cadência e no grau de entrega que a organização sustenta perante os públicos que importam. Falar por falar costuma produzir espuma que alimenta ruído sem reduzir risco. Calar por calar, por sua vez, abre espaço para especulação, substitui fatos por boatos e convida terceiros a narrar a sua história. O silêncio certo não é ausência de comunicação, é uma escolha consciente sobre o que dizer, quando dizer e com que evidências, em benefício da apuração, da segurança e da reparação. E isso é transparência em ação, não teatralidade da pressa.

Chamo de silêncio estratégico aquele que nasce de uma decisão explícita, com dono, escopo e prazo, em que a empresa explica por que está restringindo informações agora, o que pode ser compartilhado sem comprometer investigação e pessoas, quais frentes estão ativas e quando voltará com uma atualização objetiva. Esse silêncio nomeia variáveis, delimita incertezas, informa a quem responde a apuração, oferece um canal de acolhimento e fixa marcos temporais de comunicação, reduzindo a ansiedade natural do entorno e esvaziando o espaço para versões apressadas. O roteiro é simples e potente: o que sabemos, o que ainda não sabemos, o que estamos fazendo, quando atualizamos, como acolhemos, quais reparações estão em curso. Isso tudo com verbos de processo que ancoram ação e não vendem finais que o tempo e os fatos ainda não autorizaram.

O contraponto é o silêncio culpado, que costuma se fantasiar de prudência enquanto posterga decisões, pulveriza responsabilidades e trata a comunicação como cosmética. Ele se revela quando a organização evita reconhecer o óbvio, gira porta-vozes sem alinhamento, promete prazos que não cumpre, vaza por canais informais e, no fundo, prefere esperar a tempestade passar para preservar narrativas internas. Na prática, o vácuo é rapidamente ocupado por interpretações de terceiros, o custo reputacional cresce por atrito contínuo, o risco regulatório aumenta pela sensação de omissão, e os indicadores de confiança como NPS, churn, reclamações, acionamentos de SAC e de ouvidoria, contam a mesma história antes mesmo de sair no jornal ou nos portais de notícia. A diferença essencial não está no silêncio em si, mas no lastro. Estratégia documentada, rastreabilidade e governança versus improviso, receio jurídico mal interpretado e medo de dizer “ainda não sei”.

Cadência é o que separa contenção de opacidade. Uma resposta minimamente viável em minutos reconhece o ocorrido, afirma prioridades, ativa canais e informa o próximo passo. As atualizações trazem mais substância operacional, consequência e medidas de reparação com métricas e compromissos verificáveis. Isso não se mede por milissegundos de post, mas por coerência entre quem é impactado e o que precisa saber, no tempo certo para decidir e se proteger. Famílias, colaboradores, clientes, fornecedores críticos, reguladores e investidores pedem recortes distintos e um mesmo fio condutor, com uma única fonte de verdade a partir da qual todos os canais se alinham.

A linguagem precisa equilibrar empatia e factualidade, evitando tanto o juridiquês que desumaniza quanto o discurso de marketing que irrita. Dizer “o caso está sob investigação” só funciona quando vem acompanhado de quem investiga, quais medidas foram impostas para preservar evidências e pessoas, como a empresa está cooperando e quando esse ciclo se reavalia. Vale declarar gatilhos objetivos para romper o silêncio. Por exemplo, descoberta de risco adicional a terceiros, confirmação de fraude material ou exigência regulatória, além de explicar que a decisão é revisitada por um comitê com independência real, registro de deliberações, cadeia de custódia de informações e uma linha de tempo auditável. Isso não é burocracia, é memória institucional que previne repetição de erros, dá previsibilidade aos públicos e protege a licença para operar.

No fim, silêncio estratégico é finito, intencional e rastreável. Serve à verdade, à segurança e à reparação. Silêncio culpado é dívida de curto prazo que cresce com juros altos. Começa parecendo controle e termina como custo: ações em baixa, talento desengajado, clientes em fuga, pressão regulatória e, frequentemente, uma correção tardia que sai mais cara do que teria sido uma comunicação bem estruturada desde o princípio.

Crises não respeitam discursos perfeitos, mas recompensam organizações que combinam apuração séria com cadência clara e linguagem que trate gente como gente. Preparar um guia prático de risco, treinar porta-vozes para falar sob incerteza e ensaiar cenários plausíveis não elimina o imprevisto. Apenas garante que, quando o silêncio for necessário, ele seja ponte e não abismo.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Luis Alcubierre

Luis Alcubierre é executivo de Comunicação Corporativa, Relações Institucionais e Governamentais há mais de 25 anos e hoje atua como conselheiro para a América Latina da Atrevia, agência espanhola de PR e Corporate Affairs, além de liderar o escritório Advisor Comm. É também palestrante, mediador e mentor. Formado em Comunicação Social pela FIAM, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela FIA-USP, com diversos cursos de gestão de liderança e negociação realizados em instituições como IESE, Berlin School of Creative Leadership, Columbia Business School, Universidad Adolfo Ibañez, Escuela Europea de Coaching, Fundação Dom Cabral, IBMEC e FGV. Foi diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos de empresas como Kellogg, Pernambucanas e Samsung, onde teve responsabilidades adicionais pela Comunicação na América Latina. No Grupo Telefônica, assumiu a Direção Global de Marca e Comunicação da Atento em Madrid, na Espanha, sendo responsável pela gestão da área em 17 países. Passou ainda por Dow Química, TNT (adquirida posteriormente pela Fedex) e Rede (antiga Redecard), tendo iniciado sua carreira no rádio, nos sistemas Jornal do Brasil e Grupo Estado. Também foi membro do Conselho de associações ligadas às indústrias de alimentos, varejo, vestuário e mercado financeiro, onde teve importante papel negociador em distintas esferas de governo.

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