Pobreza vocabular ou falta de cuidado?
Pobre leitor dos grandes jornais. Além de ser brindado muitas vezes com matérias com conteúdo fraco (por falta de espaço ou de conhecimento de quem as escreve), é obrigado a conviver com textos em que é perceptível o descuido com a linguagem.
Alguns desses textos chegam a parecer redações de crianças que foram alfabetizadas recentemente – e que, por falta de repertório e de familiaridade com a escrita, repetem construções, expressões, palavras. Quem já viu textos (ou narrações orais) infantis com diversos parágrafos começados por “então” ou “daí” sabe do que estou falando.
Sem precisar palavras ou expressões rebuscadas, usando apenas um universo limitado que é familiar à maioria, é possível construir frases, parágrafos e textos completos sem essa repetição enfadonha presente no exemplo acima, retirado da Folha de 07/09. Um pouco mais de criatividade e de atenção evitaria o uso, em dois parágrafos seguidos, de “chegou”, “colocação” e “atrás somente”.
O exemplo postado aqui é apenas um entre tantos presentes diariamente nos jornais. Chama a atenção pela concentração de repetições em um trecho curto, mas a pobreza vocabular e a falta de cuidado que revela são frequentes. Ponto negativo para a imagem e a credibilidade desses veículos.
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