“Recap Trends” explora desafios e oportunidades tratados ao longo dos eventos em BH, SP e RJ

Na última quinta-feira (07), o Centro Cultural FGV no Rio de Janeiro recebeu o “Aberje Trends Afterwards – Edição Rio de Janeiro”, que encerrou os eventos sobre as tendências da comunicação corporativa iniciados em São Paulo e Belo Horizonte. Com o tema central “Nova desordem mundial”, o encontro buscou explorar como os comunicadores estão navegando em um cenário de tensões globais, impulsionadas por conflitos, caos climático e, notadamente, a inteligência artificial. O painel de encerramento, intitulado “Recap Trends BH, SP & Rio”, proporcionou uma recapitulação dos temas abordados e uma reflexão sobre os desafios e o futuro da área.
O painel contou com a participação de Antonia Moraes, gerente Executiva de Comunicação da Petros; Cristina Garambone, diretora-executiva de Comunicação e Sustentabilidade da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE); e Raquel Almeida, head de Comunicação Externa e ESG da Americanas. A moderação ficou a cargo de Douglas Cantu, gerente de Eventos da Aberje.
IA e o Humano na Comunicação
Um dos pontos centrais de debate no painel foi a desmistificação da Inteligência Artificial (IA) e seu impacto no trabalho do comunicador. Cristina Garambone, da ABRADEE, ressaltou que o algoritmo não “aprende” no sentido humano, mas se aperfeiçoa. Nesse contexto, o que é humano – como o pensamento crítico, a criação de contexto e de sentido em meio à “infodemia” – ganha ainda mais relevância para os comunicadores. A ABRADEE, que representa 99,6% do mercado de distribuição de energia elétrica do país, utiliza a IA para escuta social e monitoramento de reputação, transformando dados em diálogo, especialmente para gerenciar crises que podem se espalhar rapidamente. Cristina enfatizou a necessidade de uma honestidade radical na comunicação, citando os workshops que a ABRADEE promove com jornalistas para falar sobre temas complexos do setor com total transparência.
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Raquel Almeida, da Americanas, reiterou o otimismo em relação à IA, mas alertou sobre a fragmentação da inteligência corporativa. Para ela, a IA deve ser vista como uma ferramenta que “lava a louça” enquanto os comunicadores se dedicam ao planejamento estratégico, ao posicionamento e à governança da comunicação. A Americanas, que chegou a ter 2.500 matérias publicadas citando a marca em momentos desafiadores, utiliza a IA para processar grandes volumes de dados, mas o melhor plano de comunicação e o melhor posicionamento reativo ainda são feitos pela inteligência humana. Antonia Moraes também compartilhou o engajamento de sua equipe com as discussões sobre IA, que se tornou o grande tema do Trends. A Petros está trabalhando em um projeto piloto com o Copilot e desenvolvendo agentes de comunicação internos. Cristina Garambone acrescentou que, com a proliferação de muitas IAs e interesses no mercado, é responsabilidade dos comunicadores trabalhar na regulação e ordenamento desse ambiente, utilizando o conhecimento e o senso crítico para discernir e questionar as informações geradas pela IA.
Infoxicação e networking
Antonia Moraes destacou que o mundo hiperconectado leva ao cansaço mental e exige uma reflexão sobre o papel estratégico da comunicação corporativa. É preciso sair do excesso e migrar para uma comunicação cada vez mais estratégica, focada em experiência, que “embale” o que é entregue ao público para criar conexão e impacto, e não ser apenas “mais um enfeite”.
Em um cenário de tantas informações e, por vezes, desinformação, a valorização das conexões humanas e do networking se mostrou fundamental. As participantes reforçaram a importância de encontros presenciais para a troca de experiências e a construção de relacionamentos. Raquel Almeida, da Americanas, relatou que a empresa, que se associou recentemente à Aberje, tem usado intensamente o networking para entender as práticas de outros colegas e buscar soluções. Cristina Garambone compartilhou como os encontros em eventos da Aberje geraram discussões aprofundadas sobre temas relevantes como inteligência artificial. Antonia Moraes também expressou sua gratidão à Aberje por proporcionar esses momentos que estimulam a reflexão e geram insights valiosos, além de ser uma fonte de bons contatos.
Na conclusão do painel, Cristina Garambone destacou a intenção da ABRADEE de construir comunidades, adaptando-se às bolhas de comunicação existentes na população. Para Antonia Moraes, o tema da IA foi um grande estimulador, reafirmando que a Petros está no caminho certo com suas experimentações. Raquel Almeida finalizou sublinhando que a palavra “governança” ficou muito forte como um papel essencial da comunicação interna nas companhias.
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