Lab reúne especialistas para debater como a comunicação trabalha para externar a preocupação com inclusão

Segundo encontro do Lab de Comunicação para a Diversidade contou com representantes da Stellantis, Instituto EY, 99, Facebook e Itaú
Depois de tratar o tema Diversidade e Inclusão nos ambientes internos das empresas no primeiro encontro do Lab de Comunicação para a Diversidade, o segundo encontro, realizado no dia 13 de setembro, abordou “Como a comunicação institucional trabalha para externar a preocupação com inclusão”. Participaram do evento: Maria Lúcia Antonio, gerente de Marketing e Comunicação na Stellantis; Djalma Scartezini da Cruz Gouveia, vice-presidente no Instituto EY e gerente sênior de DE&I – Diversidade, Equidade e Inclusão para a América Latina; Carla Caroline, analista de Relações Públicas Sênior em 99; Guilherme Magalhães, gerente de Comunicação Corporativa no Facebook para América Latina; e Clayton Caetano Santos Jesus, head de Branding e Design no Itaú.
Ao analisar a evolução da discussão sobre D&I, Djalma, do Instituto EY, destaca que, entre os principais pilares de diversidade, os temas racial, gênero, pessoas com deficiência e LGBT+, gerações e refugiados são os que estão em pauta no Brasil e que vê uma evolução e uma maturidade diferente entre cada um desses temas.

“O tema de gênero, por exemplo, vem sendo discutido desde a década de 1990; já o tema racial se tornou prioridade, acentuado no ano passado, pelas mortes de George Floyd e do brasileiro João Alberto. Fico pensando o quanto a gente precisa ter esses estímulos sociais, por exemplo, para que esses temas sejam pautados. Por que precisamos de uma lei ou de uma comoção social para poder falar sobre isso e não somente porque é o certo a se fazer?”, indaga. “Com relação a comunicar as ações, é importantíssimo colocar não só internamente, mas também externamente, pois é um trabalho de todos”, analisa Djalma.
Em sua fala, Maria Lúcia – que atua há 17 anos na área de Comunicação da Stellantis – discorre sobre como a diversidade interna hoje reflete na comunicação externa da companhia. “Quanto mais diversa uma empresa, mais representativa é, e quanto mais representativa, mais interessante, inclusive no aspecto de colaboração, pois as pessoas enxergam e sentem as coisas de forma diferente e essa possibilidade de representatividade nos faz mais fortes, na medida em que trazemos para dentro outros olhares, interpretações e sentimentos”, afirma.

“Assim como muitas empresas no mundo, nós estamos aqui nesta luta de aumentarmos a representatividade interna, especialmente, se pensarmos da média direção para cima. Do ponto de vista da comunicação, temos um trabalho muito ativo. Nosso trabalho é de 100% de atenção do que colocamos externamente. Quem são as pessoas que estão na propaganda? Quem são as pessoas que representam os famosos targets de comunicação? Estamos muito comprometidos com esta autorrepresentatividade”, frisa Malu, como é conhecida.

A mediadora Carla Caroline lembra que o Facebook é uma empresa jovem, mas com uma das histórias de capilaridades mais impressionantes do mundo, atingindo públicos diversos, sendo necessário adequar as suas políticas à diversidade cultural dos países em que atua.
“Quando a gente fala de diversidade, falamos com 3,5 bilhões de pessoas que acessam alguma das nossas plataformas todos os meses no mundo todo. De fato é uma gama muito diversa. Dizemos que a nossa missão é poder proporcionar às pessoas [a possibilidade de] formar comunidades e aproximar mais o mundo, seja através do Facebook, Instagram ou WhatsApp. Servir essa comunidade tão diversa, de mais de 3,5 bilhões de usuários, requer uma força de trabalho tão diversa quanto. Então temos um trabalho muito forte interno de contratação, e atração e retenção de talentos muito focada em diversidade, respeitando as características e idiossincrasias de cada país”, conta Guilherme, do Facebook.

Há 11 anos no Itaú, Clayton trabalha na frente de ações que possam fazer com que o banco tenha uma atuação dentro do campo de diversidade de uma forma genuína, como faz questão de frisar. “Uma empresa com tamanha relevância para o país, como o Itaú, não pode ficar alheia a um tema como esse. Diversas iniciativas internas têm ganhado cada vez mais força e relevância e acabamos trazendo a pauta para debates do dia a dia, contribuindo para o nosso processo de comunicação”, acentua.

Em 2018, a 99 criou o comitê de diversidade com o objetivo de unificar as agendas de diversidade, e construir projetos estruturais, envolvendo toda a empresa e transformando a companhia em um lugar cada vez mais inclusivo e diverso, conforme conta Carla Caroline: “Hoje, esse comitê fica sob a governança do time e cultura e é composto por representantes de cada um dos grupos de identidade que temos aqui. Além disso, a 99 conta com programas para a contratação de mulheres grávidas e, ao longo do ano, abre processos seletivos em diversas áreas e cargos voltados exclusivamente para pessoas negras e pessoas com deficiência”.
Assista ao Lab na íntegra no canal da Aberje no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=S7pfuHSraLQ
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