Estudo da Aberje analisa papel da Comunicação com Empregados diante de desastres climáticos

Diante do agravamento dos desastres climáticos no Brasil e no mundo, a Aberje lança o estudo “Resumo Executivo – Comunicação com Empregados no enfrentamento aos desastres climáticos: Aprendizados e possíveis caminhos”, produzido pelo Centro de Estudos e Análises Econômicas Aplicadas à Comunicação (CEAEC) com coordenação de Cynthia Provedel, professora da Escola Aberje. O material está disponível gratuitamente no portal da entidade, em função do interesse público do tema.

Com base na experiência das empresas associadas à Aberje durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, o estudo reúne reflexões sobre como os profissionais de Comunicação Interna lidaram com uma crise de proporções inéditas. A publicação mapeia boas práticas, barreiras e lições aprendidas durante aquele período crítico, a partir de entrevistas e levantamento de casos.

“O que eu destaco é que a celeridade foi percebida como uma barreira na condução da comunicação diante do cenário em questão. Nesse sentido, para remoção desta barreira, a governança me parece um caminho potente”, explicou Cynthia, ao falar sobre a preparação atual das empresas brasileiras para lidar com eventos climáticos extremos do ponto de vista da Comunicação. “Ter um comitê de crise com prontidão para atuar, protocolos para este tipo de desastre desenhados e estabelecidos, bem como papéis e responsabilidades claros na gestão do tema ajudam a fundamentar e acelerar a tomada de decisão”, completou.

Em um cenário de eventos climáticos extremos mais frequentes, a Comunicação com Empregados ganha centralidade, exigindo repertório novo, preparo emocional, agilidade e capacidade de resposta para além dos manuais tradicionais de gestão de crise.

“A atuação da liderança também é fundamental na construção de confiança: a partir da demonstração clara e genuína do tema como prioritário na agenda executiva e da celeridade na tomada de decisão”, afirmou Cynthia, destacando como a Comunicação com Empregados pode contribuir para fortalecer a confiança e o engajamento em momentos de instabilidade extrema. “Na etapa emergencial, postergar outras pautas demonstra respeito às vítimas, enfoque e senso de urgência em relação ao tema, empatia e compromisso da empresa com as pessoas e seus familiares”, continuou. O estudo consolida experiências e propõe caminhos possíveis para fortalecer a Comunicação Interna em situações similares. A valorização da escuta, o acolhimento dos colaboradores afetados, a conexão com lideranças locais, a coerência entre discurso e ação e a circulação transparente de informações são alguns dos pontos destacados como fundamentais para a atuação das áreas de Comunicação nesse contexto.

O estudo está alinhado ao tema do ano da Aberje para 2024 e 2025, “Comunicação para a Transição”, e reforça o papel estratégico dos comunicadores na mediação entre organizações e sociedade, especialmente em momentos de alta complexidade. “Pensando na questão da adaptabilidade, creio que o conceito de ‘imprevisibilidade’ talvez defina bem a necessidade de, cada vez mais, aprendermos a lidar com o ‘não saber’, com as incertezas, com o desafio de nos antecipar ou reagir diante do que ainda não tem contorno”, concluiu Cynthia.

O material completo está disponível no portal da Aberje.