Diretor-Presidente da Aberje Analisa Evolução da Comunicação Empresarial e o “Logos Tropical”

A participação de Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA-USP, no programa Comunicação S/A, da Rádio Mega Brasil Online e TV Mega Brasil, trouxe uma leitura histórica e analítica sobre a evolução da Comunicação Empresarial no país. Ao longo da entrevista, Paulo explorou o conceito de “Aberje e o Logos Tropical”, que propõe uma valorização da prática e do conhecimento produzidos pelo campo da Comunicação Corporativa no Brasil.
Paulo relembrou que o desenvolvimento da área está diretamente ligado às transformações sociais, econômicas e culturais vividas pelo país desde o final dos anos 1950. Com o impulso desenvolvimentista, a construção de Brasília e o surgimento de novos referenciais culturais, a comunicação no ambiente corporativo assumiu papel estruturante. Nesse período, grandes fluxos migratórios levaram milhões de trabalhadores do Norte e do Nordeste para polos industriais do Sudeste, muitos sem escolaridade formal. A comunicação, em parceria com o RH, tornou-se ferramenta essencial de integração, criando processos que ajudaram a transformar o “operário analfabeto” em leitor funcional e, posteriormente, em cidadão plenamente inserido.
A relevância estratégica do campo se intensificou durante a transição democrática. Enquanto a mídia tradicional enfrentava restrições, a Comunicação Corporativa ganhou espaço e contribuiu para ampliar o diálogo entre empresas e sociedade. Exemplos como o Manual de Comunicação Social da Rhodia ilustram a mudança de postura que passou a exigir decisões mais transparentes e abertas ao debate público. Nesse contexto, consolidou-se o perfil multifacetado do comunicador empresarial, formado pela combinação de saberes de jornalismo, relações públicas, publicidade e administração.
O fortalecimento da área também se refletiu na capacidade de pautar temas sociais relevantes. Publicações corporativas, como a revista “Clã”, da Goodyear, que tratou da prevenção da AIDS em 1988 e alcançou ampla circulação, demonstraram o potencial de impacto dessas iniciativas. Além disso, o setor foi pioneiro em trazer para a agenda nacional discussões sobre regulamentação do lobby e das relações governamentais.
Complexidade e crise
Ao tratar dos desafios contemporâneos, Paulo destacou a complexidade do cenário global, marcado pela policrise, pela fragmentação ideológica e pela hiperprodução de informação. Paulo propôs revisitar o tripé ESG à luz das novas dinâmicas econômicas, de segurança e geopolíticas. Segundo ele, a atuação dos comunicadores exige compreensão ampliada do contexto, em que “a gramatura do mundo” substitui a antiga atenção aos detalhes técnicos do impresso.
Com o avanço dos algoritmos e a crescente automatização, o domínio de diferentes linguagens – textuais, visuais, sonoras e comportamentais – torna-se essencial para reduzir o déficit de atenção e criar narrativas de experiência capazes de mobilizar públicos. Nassar ressaltou ainda que, mesmo diante de fluxos informacionais intensos, as instituições seguem indispensáveis para estabelecer pactos sociais e oferecer estabilidade, funcionando como referência no tempo e no espaço.
ARTIGOS E COLUNAS
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