Comunicação eficaz é o diferencial dos CEOs na era da Inteligência Artificial

A FIA Business School sediou na noite de ontem, dia 13 de outubro de 2025, a masterclass “Unleashing the power of CEO – communications in transformational change”, desenvolvida por Monika Schaller, chefe global de comunicação da SAP – associada da Aberje. A sessão explorou, de forma prática, as responsabilidades e a influência da alta liderança para conduzir transformações – onde estratégia, inovação e comunicação se cruzam. Com mais de 20 anos de atuação, a executiva compartilhou o que funciona e o que não funciona ao preparar líderes para momentos de mudança (que são cada vez mais permanentes), engajar públicos estratégicos e proteger a reputação corporativa. Antes da SAP, ela liderou comunicação na Goldman Sachs, DHL Group, Citibank e Deutsche Bank, e foi repórter da Bloomberg.

Com 25 anos de experiência e tendo aconselhado oito CEOs, Monika apresentou uma análise detalhada dos desafios atuais do cenário corporativo e definiu cinco fatores críticos de sucesso para o posicionamento e a comunicação eficaz de um CEO. Como contexto, apontou a dinâmica intensa e permanente de transformações como a nova regra, impulsionada em grande parte pela tecnologia. A Inteligência Artificial foi citada como um fator que está mudando não apenas a sociedade, mas também a própria função de comunicação – e por isto ela sugeriu que a área implementa uma perspectiva de “mentalidade de cliente zero” liderando pelo exemplo.

Monika apontou cinco pilares para o sucesso na comunicação e posicionamento de CEOs:

1. Visão e competência visionária em IA
Este fator não se limita apenas à tecnologia, mas exige que o CEO incorpore essa transformação estrategicamente. A capacidade de tomar decisões estratégicas complexas e liderar em IA pode formar as bases da credibilidade de um negócio, motivo que leva à necessidade da comunicação reforçar a clareza da visão de futuro. Ela aposta numa situação em que o CEO demonstra não apenas que entende a IA, mas que está posicionando a empresa como uma líder estratégica e crível, cabendo à área de Comunicação traduzir essa visão em uma âncora de confiança;

2. Estratégia é a base
Uma estratégia sólida e consistente é a base de toda a comunicação corporativa. Monika enfatiza que muitas empresas falham porque não constroem consistentemente uma estratégia. A confiança é uma qualidade essencial do CEO, e ela se perde quando a visão é inconsistente ou nebulosa. O CEO precisa ser um modelo da estratégia, vivendo-a para que as equipes confiem e a sigam;

3. Comunicação é um negócio de pessoas e confiança
Embora a palestrante seja uma entusiasta da IA e de ferramentas como ChatGPT e Perplexity, ela afirma que a comunicação é fundamentalmente um “negócio de pessoas”. O componente humano exige que as equipes de comunicação antecipem e priorizem relacionamentos para navegar em tempos difíceis – onde é indispensável o diálogo contínuo. A crença subjacente é que as pessoas entenderão a mensagem se ela for comunicada com honestidade, clareza e transparência. “No ambiente corporativo, quando algo dá errado, isso é invariavelmente rotulado como um ‘problema de comunicação’ e nunca um problema de estratégia ou uma decisão errada”, alertou;

4. A Era molda o CEO, o CEO molda a Era
A quarta conclusão principal é que “cada período precisa de um CEO diferente”. Não existe uma abordagem de “tamanho único” para o posicionamento de CEOs. O sucesso de um líder em uma organização em um dado momento não garante o sucesso em outro contexto.Há situações em que pessoas pouco emocionais dão certo, e em outros momentos esta mesma pessoa pode ser inadequada. O desafio da comunicação é entender o que o momento da empresa exige e, em seguida, colaborar na construção de um perfil que atenda a essa necessidade específica;

5. Autenticidade e liderança
O quinto pilar é a autenticidade. O posicionamento do CEO deve ser o mais natural possível; se ele for posicionado de uma maneira que não corresponde a quem ele realmente é, isso não funcionará a longo prazo. O CEO é a marca da organização.

“O aspecto mais gratificante do trabalho em comunicação é a capacidade de impulsionar a estratégia, a tomada de decisões e fazer a diferença. Para o futuro, o imperativo é abraçar a mudança (que deve ser vista sempre como uma oportunidade), construir confiança, seguir e executar a estratégia de forma consistente, e manter a adaptabilidade”, finalizou.