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24 de outubro de 2025

O silêncio dos Cem Mil

Paulo Nassar
Passeata dos Cem Mil na Cinelândia, centro do Rio, em 1968 – Foto: Evandro Teixeira/Acervo IMS
 
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Publicado originalmente no Jornal da USP, em 22 de outubro de 2025

A fotografia de Evandro Teixeira, em minha parede, não é apenas um registro da Passeata dos Cem Mil. É uma presença. Ela me observa, mais do que eu a observo. De algum modo, ela insiste em me perguntar coisas: o que você vê agora, aos 73 anos, que não podia ver aos 15, quando era apenas um moleque atravessado pela esperança e pelo medo?

Na imagem, não há som. Nenhum cântico, nenhum brado, nenhuma sirene. O silêncio parece tomar conta do instante. Um silêncio que não é vazio, mas condensação: cem mil pensamentos retidos, cem mil olhares projetados para pontos que não alcanço. A fotografia não mostra o rumor, mostra o recolhimento. E, ainda assim, cada rosto me parece falar.

A faixa solitária — “Abaixo a Ditadura. Povo no Poder” — rompe esse silêncio com a economia da palavra. Em meio a milhares de corpos, é quase um sussurro que se expande em grito histórico. E penso: por que tão poucas faixas? Talvez porque a força não estivesse na multiplicidade de slogans, mas na presença maciça e inescapável do corpo coletivo.

Quando me detenho nos detalhes, encontro narrativas secretas: a moça de cabelo liso que poderia ser minha colega de escola; o menino franzino, quase criança, que talvez não tenha sobrevivido ao tempo; o homem de chapéu, o sujeito de terno e gravata que parecem deslocados — ou talvez fossem indispensáveis para lembrar que a resistência não tinha um único rosto. É como se cada anônimo pedisse para ser decifrado.

Paradoxalmente, o preto e branco da foto não acentua o drama, mas cria sobriedade, uma espécie de eternidade sem gritos. A imagem é mais forte que o acontecimento, porque o acontecimento se perdeu no tempo, mas a imagem ficou. E ao fixar-se na parede de minha casa, fixou-se também na parede da minha memória.

A fotografia não me deixa em paz. Ela me olha e me julga. Pergunta: “o que fizemos com aquele instante?”. E mais: “o que você faz hoje com o legado de 1968?”.

Não há resposta fácil. Apenas o reconhecimento de que certas imagens deixam de ser documentos e se tornam oráculos. Evandro Teixeira não apenas clicou um acontecimento: congelou um silêncio que ainda ressoa.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Paulo Nassar

Diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje); professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP); doutor e mestre pela ECA-USP. É coordenador do Grupo de Estudos de Novas Narrativas (GENN), da ECA-USP e pesquisados no campo da interface entre Comunicação e Antropologia. Docente de mestrado e doutorado (PPGCOM ECA-USP) desde 2006, onde ministra, juntamento com o Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias, a disciplina stricto sensu “Memórias Rituais, Narrativas da Experiência”. Pesquisador da British Academy (University of Liverpool) – 2016-2017. Entre outras premiações, recebeu o Atlas Award, concedido pela Public Relations Society of America (PRSA, Estados Unidos), por contribuições às práticas de relações públicas, e o prêmio Comunicador do Ano (Trajetória de Vida), concedido pela FundaCom (Espanha). É coautor dos livros: Communicating Causes: Strategic Public Relations for the Non-profit Sector (Routledge, Reino Unido, 2018); The Handbook of Financial Communication and Investor Relation (Wiley-Blackwell, Nova Jersey, 2018); O que É Comunicação Empresarial (Brasiliense, 1995); e Narrativas Mediáticas e Comunicação – Construção da Memória como Processo de Identidade Organizacional (Coimbra University Press, Portugal, 2018).

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