O ecossistema informacional na Era Digital

Os avanços tecnológicos revolucionaram a comunicação, conectando indivíduos e comunidades em uma escala sem precedentes. Isso trouxe oportunidades para a disseminação de conhecimento, enriquecimento cultural e desenvolvimento sustentável. No entanto, esses avanços também facilitaram a propagação de desinformação e discurso de ódio, ameaçando a integridade do ecossistema informacional. O documento “United Nations Global Principles For Information Integrity” não é totalmente novo, mas trago aqui neste espaço por abordar, de forma muito atual, sobre princípios globais da ONU para a integridade da informação, destacando a importância de um ecossistema informacional íntegro na era digital.
Ele elabora que a integridade da informação é crucial para preservar e avançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A erosão da integridade informacional pode agravar vulnerabilidades existentes, especialmente em países do Sul Global, de acordo com o relatório.
Os desafios para esta integridade da informação são diversos e podem até mesmo soar utópicos quando observados aglutinados, de uma vez só. Por isso, neste artigo, proponho um destaque especial à chamada para ação que o relatório da ONU faz especialmente para anunciantes neste contexto. Vale destacar que o relatório completo, disponível aqui, lista essa chamada para ação direcionada a diferentes atores, incluindo empresas de tecnologia, atores de inteligência artificial, anunciantes, outros setores privados, mídia, pesquisadores, sociedade civil, estados e a própria ONU. Enfim, vamos ao que diz respeito aos anunciantes.
De acordo com o relatório, ponto base é evitar financiar plataformas que propagam desinformação. Além disso, outro passo é apoiar iniciativas que promovam a integridade das informações, o jornalismo profissional, inclusive – nota minha – em âmbito regional. O relatório cita, ainda, a importância sobre a colaboração com plataformas para garantir que os anúncios não contribuam para a desinformação.
Além desses pontos de destaque a anunciantes, a ONU ainda destaca a relevância sobre a adoção de práticas empresariais que promovam a integridade da informação, a participação de iniciativas multissetoriais para combater a desinformação (a Aliança promovida pela Aberje é um exemplo disso, como nota minha aqui também); e a promoção da educação e a conscientização sobre a integridade informacional entre os funcionários e clientes.
É claro que manter altos padrões de jornalismo e ética, investir em investir em verificação de fatos e em treinamento para jornalistas e colaborar com outras organizações de mídia para combater a desinformação também são ações importantes e necessárias. E, claro, existe o papel do Estado (em todo o mundo) com a criação e implementação de políticas públicas que promovam a integridade da informação, o apoio à educação e a alfabetização midiática, dentre tantas ações.
Só pra não deixar de citar, a ONU também se coloca como atriz ativa nesse processo, com a coordenação de esforços globais para promover a integridade da informação e a tentativa (inclusive com este relatório), de fornecer orientação e apoio técnico aos estados membros.
Enfim, este artigo não pretende esgotar o tema (inclusive por parecer inesgotável nos tempos atuais), mas jogar luz sobre um relatório que traz uma série de sugestões de iniciativas para o desenvolvimento de políticas e normas que promovam a integridade da informação em todos os setores, com ações que envolvam educação e conscientização atreladas ao fomentar da colaboração entre governos, empresas, sociedade civil e organizações internacionais; e o incentivo a pesquisas, monitoramentos e avaliações como passos são essenciais para criar um ecossistema informacional íntegro e resiliente, capaz de enfrentar os desafios da desinformação na era digital.
Além do link citado no meio deste artigo com o relatório na íntegra, listo aqui, ainda, mais links que a própria ONU disponibiliza e que pode ser de interesse dos profissionais que compõem esta rede Aberje.
- United Nations Secretary-General’s “Our Common Agenda policy brief 8: information integrity on digital platforms” (2023)
- UNESCO Guidelines for the Governance of Digital Platforms (2023)
-
fundamental freedoms” (2022)
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