Corra que a IA já está aí

Podia ser um painel com executivos de marketing de algumas das principais marcas do planeta. Uma master class com uma Nobel da Paz ou com um escritor best seller. Ou ainda um debate sobre a construção de longo prazo de uma marca de beleza. Tudo na edição 2024 do Festival de Cannes de Criatividade, na semana passada, foi permeado pela inteligência artificial. De aplicações práticas a questões filosóficas sobre o futuro da humanidade e do trabalho.
O genial e polêmico Elon Musk, principal atração do evento, foi na canela das mais de duas mil pessoas que acompanhavam in loco seu bate-papo com o CEO global do Grupo WPP, Mark Read: a IA será criativa (cada vez mais) e vai revolucionar o mundo em cinco anos. Read até tentou fazer graça, dizendo que aquele público era de criativos do mundo todo que precisavam sair dali com uma mensagem positiva, mas Musk não concedeu. Manteve o semblante entre o sério e o sarcástico (tudo bem que o bilionário não é uma pessoa exatamente expressiva).
Para alguém com visão de comunicação, como eu, ficaram duas mensagens principais. 1) IA não é hype, é uma mudança estrutural que, segundo alguns especialistas, vai superar o impacto da criação da internet. Algo no nível da Revolução Industrial. 2) Portanto, não é questão de se, é de quando e como vai mudar o seu, o meu, o nosso trabalho (e a nossa vida).
No processo de decantação de tanto conteúdo, me veio à mente uma conversa que tive em maio de 2023 com o CEO e fundador da CI&T, César Gon. A CI&T é uma das mais bem sucedidas empresas de tecnologia do Brasil, com operações em vários países, inclusive na China. Perguntei a Gon o que ele achava de algumas previsões segundo as quais as ciências humanas vão perder a relevância, substituídas por ferramentas de inteligência artificial generativa.
A resposta foi alentadora: não, as ciências humanas não vão deixar de existir e seguirão tendo função na sociedade. Mas, ele completou, os profissionais de humanas precisarão se abrir mais para as ciências exatas e para a matemática, de modo que possam entender e desenvolver destreza para dominar minimamente meios relevantes para executar o seu trabalho.
Em Cannes, Musk disse acreditar que este é um dos momentos mais interessantes da história da humanidade para viver. E completou: aproveitem a jornada! Não é tão simples assim, sobretudo se pensarmos em como o fosso entre os mais e os menos educados está aumentando de forma, talvez, irreversível.
No entanto, para os privilegiados que têm/tiveram acesso à educação (seja quem escreve ou quem lê este texto), o recado inequívoco é: acelere o passo para entender e aplicar a IA. Na vida, podemos correr de alguma coisa ou para alguma coisa. No caso da IA, não faz lá muita diferença. O importante é correr.
ARTIGOS E COLUNAS
Thaís Naldoni De “Brainrot” a Business Intelligence, o que o YouTube pode ensinar à Comunicação InternaLeila Gasparindo Geração Z e diversidade: uma contribuição inédita para a evolução da comunicação organizacionalLuis Alcubierre Reputação na era da desconfiança: o que está mudando na Comunicação
Destaques
- Aberje publica Termômetro Especial com análise da comunicação na COP30
- Em entrevista para portal Carta da Indústria, Paulo Nassar destaca importância da memória corporativa
- Prêmio Aberje 2025 destaca iniciativas de comunicação corporativa e anuncia vencedores nacionais
Notícias do Mercado
- TIM tem nova estrutura na vice-presidência de Marca e Comunicação
- Sing Comunicação é a nova agência de RP para a ServiceNow no Brasil e México
- Novo posicionamento de marca da B3 traduz expansão do negócio e aproxima marca de diferentes públicos


































