Boas histórias têm a função de conectar e são partes essenciais da jornada da reputação digital
Algo que considero um ponto que faz conexão entre os diferentes tempos da jornada da geração de conteúdo é, acima de tudo, o de ser uma detetive de boas histórias.
Essa constatação traz a essência do propósito da Comunicação Corporativa, que passa por transformar narrativas em relacionamentos de longo prazo, a partir da construção da proximidade e da confiança. Para gerar valor para o negócio, o ponto de partida dessa equação exige narrativas relevantes e autênticas. Por isso, uma pergunta torna-se essencial: “O que o stakeholder quer falar?”. Ter o olhar enviesado para apenas um dos lados é correr o risco de comunicar demais e conectar de menos. Numa visão 360 graus, você tem que se colocar no lugar do outro e entender como estabelecer pontes, seja com o funcionário, cliente, parceiro, imprensa.
Em tempos da (hiper)aceleração digital, novos elementos se uniram ao desafio de se estabelecer conexões, nos fazendo repensar a forma como construímos estratégias. Somos instantâneos: queremos respostas imediatas, novas informações a todo instante, com urgência. Estar à frente de uma gestão de redes sociais como a da Stellantis South America, requer ter como princípio direcionador do nosso trabalho, a transparência, mas sem se render à superficialidade das mensagens.
Um mundo conectado é um mundo transparente, e um mundo transparente é transformador. As redes sociais são a nossa praça pública e a empresa é uma caixa de vidro. Uma conquista compartilhada por um funcionário no LinkedIn, por exemplo, projeta para novos territórios os valores e os processos da empresa que, conectados a uma boa história, provoca emoções e, consequentemente, engajamento. Engajamento é um indicativo da comunicação efetiva, capaz de extrapolar o ambiente digital e fomentar vínculos genuínos!
Outro ponto fundamental é que o cliente não compra apenas um produto. Ele compra um produto ligado a uma reputação. O consumidor deseja conhecer os bastidores do negócio, e o mais importante: entender se o propósito e os valores daquela empresa se identificam com ele ou não. Essa conexão com o cliente gera importantes insights que, transformados em estratégia de comunicação, originam narrativas autênticas e potentes.
Um exemplo que ocorreu em minha carreira que gostaria de contar: recebi um áudio pelo WhatsApp sobre “Os Pioneiros Fiat”, um grupo de 41 pessoas que, em 1974, foi contratado para trabalhar na instalação da planta de Betim (MG). Todos, na ocasião, já aposentados. Eles se reencontraram para celebrar a amizade. O fato de acompanhar e compartilhar esse momento foi uma oportunidade de trazer à tona o legado da empresa e das pessoas que construíram os primeiros passos da Fiat no Brasil. O encantamento dos seguidores com o post foi imediato, reverberando orgulho e afeto!
Não deve existir uma regra nem fórmula para identificar as boas histórias. O essencial é uma boa observação e ter emoção. Afinal de contas, as boas histórias são inspiradoras.
Também é essencial compreendermos que as histórias corporativas são construídas por narradores diversos. No Dia Internacional da Mulher no ano passado, filhas e filhos de funcionários falaram sobre equidade de gênero. Sobre diversidade cultural, a voz veio do haitiano Job Baptiste que trabalha como operador de produção na planta de Betim. Sobre o lançamento do Novo Jeep Compass, o primeiro comprador do modelo compartilhou os motivos de sua escolha, direto de sua garagem no interior da Bahia.
Fazer gestão de conteúdos em redes sociais é aprender conversando e escutando, é estar atento ao que os stakeholders querem dizer, mas, acima de tudo, é ter o direcionamento para experimentar. O digital traz em sua essência a oportunidade para inovar. O desafio é encontrar o que é relevante e o que desperta a emoção. Como uma detetive!
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