05 de julho de 2022

Novas tecnologias mudaram a forma como percebemos o mundo e interagimos entre nós. Seja na maneira que lidamos com o espaço e o tempo que vivemos, na prestação de serviços, ou mesmo na forma em que administramos nosso cotidiano. Novos comportamentos permitiram inúmeras alterações que afetaram a sociedade profundamente. As coisas ao nosso redor se transformam diariamente e, ainda assim, questionamos sobre como podemos ser inovadores. Se estivéssemos em um rio seria como dizer que não é preciso nadar, basta nos deixar levar pela força d’água. Só que não…

Quando olhamos para os últimos 25 anos, percebemos os inúmeros avanços e descobertas na comunicação. As enciclopédias foram substituídas pela Wikipédia, surgiram os celulares, nos divertimos nos videogames, interagimos pelas redes sociais (Twitter, Facebook, LinkedIn, entre outras), trocamos os guias rodoviários pelo Google Maps, assistimos vídeos pelo YouTube, oferecemos iPads para as crianças, usamos assistentes virtuais (Siri, Cortana, Alexa) e smart homes (Echo Dot), pagamos pelos serviços de streamings, nos conectamos pelo wi-fi, somos identificados por reconhecimento facial, nos envolvemos em ambientes de realidade virtual, e tantas outras coisas…

Ser inovador virou um mantra. O mercado não perdoou as empresas lentas. Não foi o grande que derrotou o pequeno, e sim os mais rápidos que venceram os vagarosos. Percebemos a diferença entre liderança e criatividade. Nem sempre os líderes foram criativos e nem sempre os criativos chegaram à liderança. Ser líder de mercado pode ser momentâneo ou duradouro, mas ser criativo passa a sensação de eternidade.

Mas engana-se quem pensa que o sistema é tranquilo. Nenhuma escola ensina ou treina as pessoas para lidar com o fracasso. Mesmo sabendo que ele faz parte do exercício de inovar. A incerteza é inerente ao processo de descobertas e, por isso, as empresas que desejam incentivar iniciativas inéditas precisam estar preparadas para lidar com o insucesso. Quanto maior for a disrupção, maior a probabilidade do erro.

Mas como gerenciar o medo, o julgamento e a decepção? É fundamental que se adotem medidas de incentivo ao risco. As falhas que ocorrem ao longo do processo impactam no investimento das empresas, e muitas organizações acabam interrompendo projetos antecipadamente, pois não conseguem sustentar financeiramente uma estrutura de inovação. Afinal, inovação não existe no vácuo. Muito menos em cartazes na parede incentivando mudanças. É preciso estratégias e ações que favoreçam o ambiente para boas ideias. Inovação não é um ato declaratório para demonstrar intenção, mas um meio obrigatório para se manter competitivo. E isso tem um custo.

Não podemos esperar a pessoa certa, com perfil inovador, para começar a inovar. Deve-se ter um estímulo constante, desenvolvido em equipe. Todo mundo tem um lado criativo, mesmo que subdesenvolvido, e que pode ser melhorado com a prática. Precisamos dar as condições necessárias para esse desenvolvimento e utilizar os recursos humanos em áreas específicas, que busquem a inovação de forma rotineira. Impedir a cultura de inovação por falta de pessoas “certas” é um erro grave.

E nos próximos 25 anos? O que podemos esperar? Como poderemos inovar na comunicação? O ecossistema do metaverso com certeza será um campo de evolução no desenvolvimento de mercado de eventos, na consolidação dos avatares, na utilização de NFTs, das criptomoedas, do blockchain, no aumento do comércio eletrônico, nas interações da realidade virtual (VR), da realidade aumentada (AR) e da realidade mista (MR).

No campo da inteligência artificial (IA) acompanharemos novas modelagens de linguagem que permitirão nossa comunicação com máquinas capazes de simular o raciocínio humano. Elas conseguirão capturar as expressões humanas e convertê-las em códigos para acionar a execução de programas das nossas necessidades. Conseguiremos desenvolver ambientes seguros e éticos evitando o máximo possível os crimes cibernéticos. Entraremos no submundo dos computadores quânticos e suas lógicas ilógicas. Desvendaremos o transumanismo e aprofundaremos a engenharia genética. Enfim…

Não faltarão oportunidades e áreas para inovarmos. E com o tempo assistiremos o paradoxo teatral daqueles que afirmam que: “As pessoas gostam de inovação, só não gostam da mudança!”

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Marcelo Molnar

Marcelo Molnar é formado em Química Industrial, com pós graduação em Marketing e Publicidade. Experiência de 18 anos no mercado da Tecnologia da Informação, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Criador do processo ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de sua relação emocional com seus consumidores. Coautor do livro "O segredo de Ebbinghaus". Atualmente é Sócio Diretor da Boxnet.

  • COMPARTILHAR:

COMENTÁRIOS: