Sem dados, não há análise; sem análise, não há estratégia.
O uso de dados é mais que uma tendência, é fundamental para a realização de leituras e interpretações de cenários complexos que potencialmente afetem os negócios.
No encontro de 24 de agosto do Comitê de Relações Institucionais e Comunicação da Aberje, foi promovido instigante debate com o tema “Uso de inteligência de dados e monitoramento de mídias na estratégia de comunicação institucional” e com a participação de Leonardo Rios, Vice-Presidente para América Latina da Knewin e Raphael Caldas, CEO da Inteligov.
“Como olhar o mundo à nossa volta?”, perguntou Leonardo Rios em sua fala. Esta pergunta nos remete a um dos aspectos sobre o trabalho com dados e inteligência: a coleta de informação.
Nessa esfera, é necessário considerar quais são os fatos, elementos e insumos necessários para o objetivo em foco. A delimitação do universo de coleta de informações é fundamental para o desenho de um bom campo amostral, e esse campo passa pelas redes sociais, pelos veículos de imprensa e pelo arcabouço legislativo/regulatório vigente e em discussão.
A quantidade de informações disponíveis é vasta. Para citar apenas alguns exemplos, existem os registros de audiências públicas no Congresso, as informações sobre tramitação de projetos de lei (e seus apensados, requerimentos, relatórios e pareceres), os posicionamentos de parlamentares no plenário, e nas redes sociais, e as discussões de decisores, influenciadores e de cidadãos e cidadãs nas redes, os artigos de opinião e as matérias jornalísticas. Isso sem contar as agendas de reuniões, as agendas regulatórias, os itens em pauta, os debates acadêmicos e as pesquisas de opinião, para mencionar somente alguns elementos das informações públicas.
A evolução tecnológica estimulou o desenvolvimento de ferramentas de monitoramento e gestão que revolucionaram a forma de acesso a informações, permitindo o acompanhamento em grande velocidade, podendo até ser em tempo real em muitos casos, e a sistematização de fontes diversas de informação que seriam antes de acesso restrito.
Este aspecto nos leva para um segundo tópico de relevância no trabalho com dados: a interpretação da informação. E para ele proponho a pergunta: “Como interpretar o mundo à nossa volta?”
O amplo universo de dados precisa ser interpretado para permitir a identificação de tendências, potenciais de crises e caminhos de ação (proativa e reativa). E, até o momento, a interpretação ainda requer o olhar capacitado de profissionais de Comunicação e Relações Institucionais, baseado em metodologias de análise, ranqueamento de temas, definição de prioridades e classificação de relevância, para citar apenas algumas formas de analisar.
A esfera da interpretação é primordial, pois é ela que nos permite consolidar os dados coletados em inteligência, permitindo a identificação de padrões e tendências, além de importantes insights sobre o que esses dados significam para o universo de questões de negócios que estamos tratando.
Isto nos leva para um terceiro aspecto: o posicionamento. Um posicionamento lastreado em dados e baseado em interpretações da realidade complexa, permitem o desenho de estratégias de posicionamento assertivas voltadas para os desafios de negócios.
Recorrendo ao campo das anedotas: em um carro, o velocímetro e outros elementos do painel de instrumentos são os dados; a leitura da velocidade vis-à-vis, o limite de velocidade da via e o combustível disponível no tanque em relação à autonomia e à distância ao destino são a análise; e a estratégia é o cálculo da necessidade de aumentar ou reduzir a velocidade ou a decisão de parar no posto de combustível mais próximo, por exemplo.
No universo atual, de superexposição à informação e com universos amplos de dados, que permitem múltiplas análises, é a conexão entre coleta e interpretação que permite a leitura claro dos cenários em que atuamos e o desenho de estratégias de posicionamento.
Sem dados não há análise, sem análise não há estratégia.
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