Respeito às diferenças
É comum que empresas e movimentos ativistas gastem tempo, dinheiro e energia com o discurso da tolerância.
Esses grupos, muitas vezes movidos pelas melhores intenções, batem na tecla de que é preciso lidar com as diferenças de outra forma, superando o preconceito.
Assim, investem em manifestações, discursos e peças de comunicação que reforçam essa ideia. Até aí tudo certo, estamos todos de acordo.
Mas a escolha das palavras tem importância e é preciso utilizá-las com sabedoria.
“Tolerância” remete, de cara, à ideia de tolerados. Ou seja, um certo grupo, do alto de seu prestígio, no máximo tolera aqueles que estão abaixo dele.
E tolerar não tem nada a ver com disposição para conviver e aprender com o outro. É cada um no seu espaço, sendo o grupo mais vulnerável submetido à “boa vontade” daqueles mais poderosos e com mais vez e voz na sociedade.
É preciso superar os chamados à tolerância e investir em outros, mais potentes e significativos. É hora de pensar em respeito.
Respeitar envolve ter interesse pelo outro, desenvolver empatia e descobrir pontos em comum, até, quem sabe, conquistar admiração por quem é diferente de nós.
Se a tolerância não estimula o diálogo e só faz promover relações assimétricas, o respeito, ao contrário, passa necessariamente pela boa comunicação, o que aumenta as chances de entendimento.
Refletir sobre a diferença entre tolerância é respeito é fundamental para tratar da questão da diversidade de forma mais autêntica e assertiva.
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