08 de dezembro de 2022
BLOG Agenda 2030: Comunicação e Engajamento

Os desafios da comunicação para ESG – Parte 1

 

Desde que a pauta ESG invadiu agenda de 9 em cada 10 executivos do país, a rotina da grande maioria dos profissionais vem mudando dia após dia. Com o profissional de comunicação não poderia ser diferente. As demandas por comunicar projetos ligados a ESG começam a surgir e com elas, novos desafios se apresentam. Isso acontece porque a natureza da comunicação para ESG é muito diferente de projetos de marketing e/ou vendas. Premissas como sedução e encantamento, dão lugar a autenticidade e transparência, por exemplo. E essas transformações têm um impacto radical na forma de se pensar, planejar e executar comunicação para ESG.

Nesta série de 3 artigos, vamos compartilhar alguns dos principais insights que aprendemos durante nossa jornada em comunicação voltada à causas socioambientais (são mais de 300 projetos nos últimos 6 anos a frente da Social Docs). Nesse primeiro texto, selecionamos três insights de comunicação para projetos ligados ao “E”, ao meio ambiente:

Causa e efeito: um dos principais desafios está na construção de uma lógica que faça a audiência compreender os riscos de se degradar o meio ambiente. A grande maioria das pessoas não compreendem (por desinteresse, distanciamento, preguiça ou desconhecimento) a relação sistêmica do meio ambiente com nosso dia a dia. Portanto, tentar encurtar essa ponte e mostrar de forma bem didática (as vezes mostrando causa e efeito, causa e efeito…) o que pode acontecer na vida das pessoas se o meio ambiente for maltratado, pode ser uma saída para as pessoas entenderem que cuidar do meio ambiente é cuidar da sua própria vida. Resumindo, é preciso trazer esta temática que parece tão distante (“lá na floresta Amazônica…”) para o nosso quintal.

Humanização: outro caminho está na utilização de histórias de vida para alertar as consequências graves de não se preservar o meio ambiente. Quando as florestas caem, a verdade é que, junto delas, caem vidas humanas que dependem daquelas florestas. Como nossas audiências, de modo geral, têm a tendencia de ter mais empatia por outra pessoa do que por árvores ou animais silvestres, buscar narrativas humanas, de pessoas sofrendo as consequências da crise ambiental, pode ser uma boa forma de chamar a atenção para a causa.

Metáforas: na grande maioria das vezes, projetos ligados ao meio ambiente colecionam uma série de dados e números que não são facilmente mensuráveis pela maioria de nós. Uma tonelada de CO2 nos diz muito pouco, assim como 200 hectares de mata. Por isso, a utilização de metáforas é sempre muito bem-vinda, já ajuda demais as pessoas a compreenderem a dimensão das coisas. É só pensar: o que é mais fácil de entender? O desmatamento de 200 hectares ou de uma área equivalente a 200 campos oficiais de futebol?

As temáticas ligadas a ESG, por natureza, têm uma lógica de operação supercomplexa. Como comunicadores, temos a obrigação de entender essa complexidade para sermos capazes de criar projetos genuínos, autênticos e que, ainda assim, despertem o interesse das pessoas. Comunicar essas temáticas exige outro olhar e outras abordagens, para não surtir um efeito contrário aos objetivos da empresa. No próximo artigo, vamos dividir algumas ideias ligadas a comunicação para projetos relacionados a letra “S”, de social.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Marcelo Douek e Henry Grazinoli

Marcelo Douek e Henry Grazinoli são co-fundadores da Social Docs, produtora especializada em contar histórias de impacto social e parceira oficial do Pacto Global no projeto o Futuro que a Gente Quer, uma webserie de minidocs que conta histórias ligadas aos ODS e a Agenda 2030.

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